Xico Bizerra e Dominguinhos – Luar Agreste no Céu Carirí – Forroboxote 10

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Colaboração do Xico Bizerra

OBRIGADO, ‘SEU’ DOMINGOS

Num final de tarde de Fevereiro de 2011 recebo um telefonema que, não estivesse identificado no visor do Celular, iria me parecer como alguém por Dominguinhos se passando. Era o Mestre. Solicitava-me que colocasse letra em um forró que ele estava preparando para o disco novo de uma grande cantora de nossa Música Popular Brasileira. Marcamos um encontro e passamos o dia quase que todo conversando e ouvindo ele tocar e compor, tudo de improviso, coisa que só os gênios são capazes. Como se não bastasse tamanha alegria, ao encontro também se fizeram presentes Xangai e Paulo Vanderley, este, amigo comum e profundo conhecedor da obra do Mestre. Ao invés de um forró, o Mestre me presenteou com 11 melodias com a proposta de que eu as ‘letrasse’.

frente

Fiquei a ouvir aquelas músicas, todas tão lindas e profundas, feitas de improviso, de uma só tacada. E eu me sentindo incapaz de compor à altura, temendo decepcionar quem me confiara aquela preciosidade, como antes fizera com Chico Buarque, com Djavan, com Fausto Nilo, com Gil e com tantos outros Poetas de estirpe enorme. Guardava-as, olhava-as e tornava a guardá-las.

Às vezes penso que era um gesto inconsciente de egoísmo, de querer guardar aquilo só pra mim, de não torná-las conhecidas ao mundo. O que seria um pecado, dos mais mortais. Outras vezes eu imaginava tratar-se de um brinquedo e eu, menino abobalhado com o presente recebido, sem querer estragá-lo, preservava-o egoisticamente das outras pessoas. Aquelas músicas eram jóias preciosas que não podiam ser usadas no dia-a-dia, ou um vinho temperado pelo tempo, que não devia ser bebido de um gole só. Depois que fiz as letras e da decisão de fazer o disco, veio a última e final indecisão: e agora, o que vou fazer? Depois dessa parceria exauriu-se o Poeta que havia em mim. Onde vou encontrar melodias tão bonitas, harmonias tão ricas para motivar-me a escrever letras? Acho que cheguei ao estágio mais elevado que um letrista pode chegar.

verso

Eis o disco. É uma homenagem óbvia a seu Domingos mas que estendo também ao Mestre maior de todos nós, seu Luiz Gonzaga, no ano do seu centenário. Até porque foi ele, Seu Luiz, que enxergou num distante menino chamado Nenen, integrante dos Pinguins de Garanhuns, o talento que o mundo depois veio a conhecer.

Obrigado, seu Domingos.

XICO BIZERRA, numa noite de setembro quase outubro, vendo a lua refletir-se no espelho-mar de Candeias, segredando ao mundo minha alegria pelo fazimento deste disco.

Xico Bizerra e Dominguinhos – Luar Agreste no Céu Carirí
2013 – Passadisco

01 – Senhora da Minha Alegria (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Dominguinhos e Waldonys
02 – Estrelas que se encantam (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Elba Ramalho
03 – Mil Sorrisos (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Guadalupe
04 – Sem talvez ou porem (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Adelson Viana
05 – Casa da lua Menina (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Socorro Lira
06 – Até onde a alma alcança (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Maria da Paz
07 – Pássaros de Papel (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Chris Nolasco
08 – No tempo do meu pai (Dominguinhos – Anastácia – Xico Bizerra) – Maciel Melo
09 – Tempo de Nós Dois (Dominguinhos – Xico Bizerra) – André Rio
10 – Morena cor de Saudade (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Paulinho Leite e Lêda Dias
11 – Todo Tudo e Pouco Nada (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Tom Fil
12 – Lua Brasil (Xico Bizerra) – Dominguinhos

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CD – Xico Bizerra – Forroboxote 04 – Cantadores da nação de Seu Luiz

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Colaboração do Nilson Araújo, da Sala Nordestina de Música.

“Tentar homenagear Gonzagão é mais perigoso do que navalha amolada na mão de barbeiro míope. Isto porque qualquer reverência que se preste ao Rei do Baião, por maior que seja, ela será sempre muito pequena ante a grandiosidade de sua obra, à imensidão de seu perfil artístico, como cantor, como instrumentista, como homem, reconhecido do Oiapoque à Baixa da Égua, da Caixa-Prego ao Chuí, do Exu ao Mundo. Mas mesmo assim e modestamente, ousei fazê-lo, emboramente tenha me dado um esfriamento espinha abaixo, pela responsabilidade.

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Como não sou besta – embora dele possa até ter a cara, botei os pés na carreira, feito sangria desatada, fui na bodega de prateleiras sortidas de talento e enchi balaios e caçuás com grandes cantadores dessa Nação Nordeste, a eles entregando um pote cheio de canções: a cada tibungar do caneco, a acontecência de xotes, baiões, todas, arrasta-pés e sambas de latada. Em alguns casos, além de malinar as palavras, babosear os motes e escruvitiar as rimas, atrevi-me a melodiar versos. Noutros, para a felicidade de todos e o bem geral do forró, tive a sorte de contar com parceiragens honrosas na do-re-mi-zação dos meus poemas: afago especial para Maria Dapaz, Flávio Leandro, Genaro, Bruno César e Ozi dos Palmares, parceiros musicais e afetivos, hóspedes do meu peito, do lado esquerdo. Como serviço que se preza só presta se for bem feito, convoquei uma seleção de tocador arretada: capitaneada por Mestre Genaro, se achegaram Quartinha, Raminho, Toninho, Wellington, Apolo, Adelmo, Bozó, Chico Botelho, Egildo, Dora e Walkyria. Não bastasse o enxerimento, convidei o Quinteto Violado e eles aceitaram. Esses músicos, todos eles, são vizinhos parede-e-meia dos cabras citados ne’stante, dentro do meu coração.

O disco taí: agora, resta a escutação. Espero que gostem, como eu gostei. Da primeira vez que o bicho bateu nas minhas oiças, ainda demo e antes de ir pra maternidade pra ser parido ‘de vera’, o terreiro dos meus ‘ói’ foi aguado a cada faixa; só que eu sou suspeito: tenho pelos músicos, pelos intérpretes e pelos parceiros um respeito muito grande, só menor do que o bem que quero a todos eles; pelo homenageado, mais que isso, tenho idolatria, pelas carradas de alegria transportadas na carroceria de sua alma, subindo e descendo os pés-de-serra da vida para acarinhar e sertanejar as boléias dos corações matutos.

Dedico este disco a ‘seu’ Luiz e a todos os irmãos do forró, que com fé e luta juntam suas mãos às minhas na guerrilha da paz, empunhando punhais de amor e fuzis de alegrias mil para preencher as trincheiras das nossas almas com forró, emoção e bem-querença das grandes.
XICO BIZERRA, em Dezembro de 2004″

Para conhecer mais sobre o poeta Xico Bizerra, acesse http://www.forroboxote.com.br

Xico Bizerra – Forroboxote 04 – Cantadores da nação de Seu Luiz
2005

01 -Romeiros do destino- (Xico Bizerra) Israel Filho
02 -Pérolas de algodão-(Ozi dos Palmares/Xico Bizerra) Paulinho Leite
03 -Baião vagamundo-(Xico Bizerra) Flávio José
04 -Musa-(Genaro/Xico Bizerra) Dominguinhos
05 -Oração do sanfoneiro-(Xico Bizerra) Santanna, o cantador
06 -Bom de prosa-(Maria da Paz/Xico Bizerra) Petrúcio Amorim
07 -Farelim de nada-(Xico Bizerra) Maciel melo
08 -Chão dos amantes-(Maria da Paz/Xico Bizerra) Rogério Rangel
09 -Oceano do querer-(Maria da Paz/Xico Bizerra) Jorge de Altinho
10-Oferendar-(Flávio leandro/Xico Bizerra) Flávio Leandro
11-Toró de alegria-(Maria da Paz/Xico Bizerra) Joquinha Gonzaga
12-Esconderijo do amor-(Genaro/Xico Bizerra) Genaro
13-Fazedeira do amor-(Maria da Paz/Xico Bizerra) Anchieta Dali
14-Menina Bonita-(Bruno Cesar/Xico Bizerra) Ivan Ferraz
15-Aroma de alegria-(Xico Bizerra) Alcymar Monteiro
16-Lua Brasil-(Xico Bizerra) Quinteto Violado

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