Dominguinhos + João Donato, Luis Alves e Wilson das Neves
O trio chega ao estúdio e se acomoda ao seu instrumento. A música escolhida para o encontro, “Plantio de Amor”, foi gravada originalmente como um baião, por Dominguinhos. A estrutura e encadeações harmônicas, porém, dão pano pra manga para o trio, que não se reencontrava a 30 anos, recrie o espírito e o clima de improviso que preponderava quando se conheceram. Vão descobrindo a música, achando o tempo, a intenção de tocar. O que se chamaria de ensaio para quaisquer outros músicos, aqui, já é música.
Dominguinhos + Gilberto Gil, Arismar do Espírito Santo, Heraldo do Monte e Robertinho Silva.
Gil foi o primeiro artista conhecido a gravar uma música de Dominguinhos. Na volta do Miden em Cannes, gravou um compacto com “Meio-de-Campo” de um lado e o “Eu Só Quero um Xodó” do outro. “Meio de Campo”, um samba que logo depois seria gravado na voz de Elis Regina, apesar dos esforços não emplacou nas rádios. Resolveram virar o lado do disco: “Eu só Quero um Xodó” passou a ser a mais tocadas no país.
DOMINGUINHOS é um documentário sobre a vida e a obra de um dos maiores mestres da música brasileira, intercalando imagens de arquivo e passagens em shows, além de encontros musicais exclusivos com artistas marcantes em sua trajetória. O filme propõe uma visão original sobre Dominguinhos, que revela o poder da música de uma maneira natural, espontânea e ao mesmo tempo precisa. O filme conta também com preciosas participações de renomados artistas de nossa música, importantes parceiros da trajetória musical de Dominguinhos, como: Gilberto Gil, Gal Costa, Elba Ramalho, Hermeto Paschoal, João Donato, Djavan, Nara Leão, Nana Caymmi, Luiz Gonzaga, Yamandu Costa e Hamilton de Holanda, entre outros.
O filme tem previsão de lançamento para maio de 2014.
Num final de tarde de Fevereiro de 2011 recebo um telefonema que, não estivesse identificado no visor do Celular, iria me parecer como alguém por Dominguinhos se passando. Era o Mestre. Solicitava-me que colocasse letra em um forró que ele estava preparando para o disco novo de uma grande cantora de nossa Música Popular Brasileira. Marcamos um encontro e passamos o dia quase que todo conversando e ouvindo ele tocar e compor, tudo de improviso, coisa que só os gênios são capazes. Como se não bastasse tamanha alegria, ao encontro também se fizeram presentes Xangai e Paulo Vanderley, este, amigo comum e profundo conhecedor da obra do Mestre. Ao invés de um forró, o Mestre me presenteou com 11 melodias com a proposta de que eu as ‘letrasse’.
Fiquei a ouvir aquelas músicas, todas tão lindas e profundas, feitas de improviso, de uma só tacada. E eu me sentindo incapaz de compor à altura, temendo decepcionar quem me confiara aquela preciosidade, como antes fizera com Chico Buarque, com Djavan, com Fausto Nilo, com Gil e com tantos outros Poetas de estirpe enorme. Guardava-as, olhava-as e tornava a guardá-las.
Às vezes penso que era um gesto inconsciente de egoísmo, de querer guardar aquilo só pra mim, de não torná-las conhecidas ao mundo. O que seria um pecado, dos mais mortais. Outras vezes eu imaginava tratar-se de um brinquedo e eu, menino abobalhado com o presente recebido, sem querer estragá-lo, preservava-o egoisticamente das outras pessoas. Aquelas músicas eram jóias preciosas que não podiam ser usadas no dia-a-dia, ou um vinho temperado pelo tempo, que não devia ser bebido de um gole só. Depois que fiz as letras e da decisão de fazer o disco, veio a última e final indecisão: e agora, o que vou fazer? Depois dessa parceria exauriu-se o Poeta que havia em mim. Onde vou encontrar melodias tão bonitas, harmonias tão ricas para motivar-me a escrever letras? Acho que cheguei ao estágio mais elevado que um letrista pode chegar.
Eis o disco. É uma homenagem óbvia a seu Domingos mas que estendo também ao Mestre maior de todos nós, seu Luiz Gonzaga, no ano do seu centenário. Até porque foi ele, Seu Luiz, que enxergou num distante menino chamado Nenen, integrante dos Pinguins de Garanhuns, o talento que o mundo depois veio a conhecer.
Obrigado, seu Domingos.
XICO BIZERRA, numa noite de setembro quase outubro, vendo a lua refletir-se no espelho-mar de Candeias, segredando ao mundo minha alegria pelo fazimento deste disco.
Xico Bizerra e Dominguinhos – Luar Agreste no Céu Carirí
2013 – Passadisco
01 – Senhora da Minha Alegria (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Dominguinhos e Waldonys
02 – Estrelas que se encantam (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Elba Ramalho
03 – Mil Sorrisos (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Guadalupe
04 – Sem talvez ou porem (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Adelson Viana
05 – Casa da lua Menina (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Socorro Lira
06 – Até onde a alma alcança (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Maria da Paz
07 – Pássaros de Papel (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Chris Nolasco
08 – No tempo do meu pai (Dominguinhos – Anastácia – Xico Bizerra) – Maciel Melo
09 – Tempo de Nós Dois (Dominguinhos – Xico Bizerra) – André Rio
10 – Morena cor de Saudade (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Paulinho Leite e Lêda Dias
11 – Todo Tudo e Pouco Nada (Dominguinhos – Xico Bizerra) – Tom Fil
12 – Lua Brasil (Xico Bizerra) – Dominguinhos
“… outro disco de choro, desta vez da série Chorinhos do Brasil. Este volume, o 7, é inteiramente dedicado ao choro sanfonado, com presenças ilustres de Dominguinhos e Oswaldinho.
Os destaques são a versão de ‘Modulando’, pelo já saudoso mestre Dominguinhos, música de dificílima execução; ‘Araponga’, de Luiz Gonzaga, executada aqui por Marcelo Caldi, choro que já foi gravado até por Jacob do Bandolim e, não poderia faltar, o clássico choro pra sanfona, ‘Escadaria’.
A música de Oswaldinho que aparece aqui neste CD como ‘Língua de Canivete’, já foi lançada numa coletânea dele e do pai, Pedro Sertanejo, com o nome Forró Alagoano.”
Coletânea – Chorinho do Brasil – CD 7 – Vol.2 – Chorando no fole
2010 – Warner
01 Batuque (Ernesto Nazareth) Marcelo Caldi
02 Araponga (Luiz Gonzaga) Marcelo Caldi
03 Ingênuo (Pixinguinha – Benedito Lacerda) Chiquinho do Acordeon, Henrique Cazes, Paulão e Beto Cazes
04 Amargura (Alberto Ribeiro – Radamés Gnattali) Chiquinho do Acordeon e Orquestra de Cordas Brasileiras
05 Espinha de bacalhau (Severino Araújo) Dominguinhos
06 Apanhei-te cavaquinho (Hubaldo – Ernesto Nazareth) Dominguinhos e Waldonys
07 Modulando (Rubens Leal Brito) Dominguinhos
08 Um abraço seu Domingos (Amilson Godoy) Dominguinhos
09 Um chorinho diferente (el Gaucho – Yvonne Rebello) Dominguinhos
10 Escadaria (Pedro Raymundo) Marcelo Caldi
11 Nilopolitano (Dominguinhos) Marcelo Caldi
12 Língua de canivete (Oswaldinho) Oswaldinho
Colaboração do Lourenço Molla, de João Pessoa – PB
Coletânea com músicas gravadas entre 1988 e 1996.
Dominguinhos – Forró Pé de Serra
2002 – Warner
01. De volta pro aconchego (Dominguinhos – Nando Cordel)
02. Retrato redondinho (João Silva – Gebardo Moreira)
03. Firim fim fom do fole (João Gonçalves)
04. Forro amadurou (João Silva – Zé Mocó)
05. Pout Pourri
Numa sala de reboco (José Marcolino – Luiz Gonzaga)
Quando chega o verão (Dominguinhos – Abel Silva)
Eu só quero um xodó (Dominguinhos – Anastácia)
06. Minha pequena (Fúba – Leréu do Pandeiro)
07. Ainda acho pouco (Zezum)
08. Tô berando (João Silva – Zé Mocó)
09. Eu sou do mundo (Dominguinhos – Climério)
10. Mais que um amigo (Zezum)
11. Doidinho pra ver (João Silva)
12. Me pede um carinho (Dominguinhos – Guadalupe)
13. Ilusão (Alcymar Monteiro – Francisco Carin)
14. Não faz assim (Nando Cordel – Dominguinhos)
