CD – Antologia do Pastoril Profano – Sambada

CAPA p

Colaboração do Nilton Maia, do Rio de Janeiro – RJ.

TEXTO DE ROBERTO BENJAMIN p

Com direção artística e musical (esta em parceria com Beto do Bandolim) de Walmir Chagas, o” Véio Mangaba”, talentoso músico, ator, dançarino, compositor e cantor pernambucano e de quem já postamos o disco “Véio Mangaba e Suas Pastoras Endiabradas”, o presente disco recria, em treze faixas, os sons que embalam as apresentações do Pastoril Profano (ou Pastoril de Ponta de Rua), irmão bastardo do Pastoril de caráter religioso, este encenado por ocasião do Natal e próximo às igrejas de nosso Nordeste.

FICHA p

Com um bom texto de apresentação, de autoria de Roberto Benjamin, Presidente da Comissão Pernambucana de Folclore (ora postado), o disco, com a participação de músicos e cantores de qualidade e mantendo-se fiel ao espírito de tal manifestação de cultura popular, é delicioso e adequado para levantar o astral de qualquer um que aprecie a Música Nordestina, com seu espírito alegre, debochado e quase desbocado.

CONTRACAPA p

Músicos participantes:
Beto do Bandolim: Bandolim e cavaquinho
Alberto Guimarães: Violão de sete cordas
Walmir chagas: Percussão
Xaruto: Percussão
Maurício Santana: Percussão
Moacir: Trombone
Roque Neto: Trompete
Fábio César: Sax tenor
Diego Reis: Acordeom
Maíra Chagas, Paloma Granjeiro e Bárbara Lessa: Vocais

Antologia do Pastoril Profano – Sambada
2007

01- Maxixe pro Tiago (Beto do Bandolim) – Beto do Bandolim
02- Pout Pourri de Chamadas do Velho (Domínio Público) – Pastoras
03- Suvaco de Gambá (Velho Xaveco) – Velho Xaveco
04- Dona Maçu (Domínio Público) – Véio Mangaba
05- Eu Quero É Namorar (Bráulio de Castro) – Bráulio de Castro
06- O Peixe Pacu (Velho Xaveco) – Velho Xaveco e Arlindo dos Oito Baixos
07- Casamento da Pastora (Domínio Público) – Silvério Pessoa e Alessandra Leão 08- No Seu Papeiro (Velho Xaveco – Luiz Cabeça) – Velho Xaveco
09- Vacaria (Domínio Público) – Josildo Sá
10- O Patrão Mais a Patroa (Domínio Público) – Reinaldo de Oliveira
11- O Cara Preta (Velho Xaveco) – Velho Xaveco
12- Vamos Pegar Caranguejo (Bráulio de Castro) – Cinderela e Véio Mangaba
13- Amor de Criança (Domínio Público) – Isaar e Ivanildo Silva

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Livro – “Com respeito aos 8 baixos” de Léo Rugero

Capa do livro

Resultado de uma dissertação de mestrado em etnomusicologia, o trabalho “Com Respeito aos Oito Baixos – Um Estudo Etnomusicológico sobre o Estilo Nordestino da Sanfona de Oito Baixos” foi contemplado com o Prêmio Produção Crítica em Música da Funarte, em 2012, o que possibilitou a publicação deste livro, que apresenta uma versão revisada e ampliada da dissertação acadêmica original.

orelha esquerda do livro

Este trabalho representa uma pesquisa pioneira sobre o fole de oito baixos na região Nordeste, com base em uma pesquisa etnográfica de cinco anos.

orelha direita do livro

Abordando as principais características deste instrumento e da tradição que o envolve nesta região do Brasil, o livro é dividido em sete capítulos, que focalizam aspectos importantes desta prática musical.

verso do livro

Embora destinado ao público em geral, é recomendado aos pesquisadores de cultura brasileira e aos apreciadores da música nordestina.

Foto – Oséas Lopes

Oséas Lopes

*foto originalmente publicada no livro “O Fole Roncou”, de Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues.

CD – Severo – Forró do jeito que a gente gosta

frente

Colaboração do Lourenço Molla, de João Pessoa – PB

Selo

Um raro registro do Severo do Acordeon em formato CD. O disco tem músicas cantadas e soladas.

Verso

Destaque para “Mexe-mexe, funga funga” e “Do jeito que a gente gosta” ambas de Severo e Jaguar; e para “Forró em Cajazeiras” de Severo e Paulo Rolim.

Severo – Forró do jeito que a gente gosta

01 Estou forroriando (Severo – William Luna)
02 Este coração é meu (Demarcos – Severo)
03
Mexe-mexe, funga funga (Severo – Jaguar)
Do jeito que a gente gosta (Severo – Jaguar)
04 Cubanita (Mario Genari Filho)
05
Baião caçula (Mario Genari Filho – Felipe Tedesco)
Garota (Mario Genari Filho – Felipe Tedesco)
06 Lamento de um nordestino (Severo)
07 Forró em Olinda (Severo – Cicinho)
08 Forró em Cajazeiras (Severo – Paulo Rolim)
09 Capucho no frevo (Paulo Rafael – Zé da Flauta)
10 Sinto falta de você (Severo – Paulo Rolim)

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Entrevista – Severo

severo

Colaboração do Érico Sátiro, de João Pessoa – PB

“Conheci Severo pessoalmente há uns 3 anos, era uma grande figura, de bom coração, falei com ele pela última vez ano passado, de vez em quando me ligava e sempre desejava retornar à Paraíba.

Em 2012 gravei uma entrevista com ele no blog (http://programaralabucho.blogspot.com.br/).
Fiquei bem triste com a notícia. É mais um dos grandes dessa geração do forró que se foi.”

“Conteúdo: a edição de nº 50 traz como convidado o sanfoneiro Severo, que possui quase 50 anos de carreira, sendo mais de 10 tocando e gravando com Jackson do Pandeiro. No programa, Severo fala do início de sua carreira, como conheceu Jackson do Pandeiro, de suas músicas, discos etc. No repertório musical, 6 músicas interpretadas por outros artistas, tendo Severo como sanfoneiro, além de 2 de sua carreira solo e mais 5 tocadas ao vivo no estúdio.”


Data: 25/06/2012
Duração: aprox. 70 minutos
Músicas:

– Morena bela (Onildo Almeida) – Jackson do Pandeiro
– Forró em Campina (Jackson do Pandeiro) – Jackson do Pandeiro
– Do jeito que a gente gosta (Severo/Jaguar) – Elba Ramalho
– Rainha de Tamba (Zé do Norte) – Alceu Valença
– Panorama (Cátia de França) – Cátia de França
– Terra, vida e esperança (Jurandy da Feira) – Luiz Gonzaga
– No canto da parede (Severo/Elias Soares) – Severo (ao vivo no Ralabucho)
– Machucando gostosinho (Severo/Mariângela) – Severo
– Pout-pourri: No pé de caruá (Severo/Zé da Flauta/Paulo Rafael)/Forrozando (Severo)/Sanfona sentida (Dominguinhos/Anastácia) – Severo
– Sanfona sentida (Dominguinhos/Anastácia) – Severo (ao vivo no Ralabucho)
– Sabiá (Luiz Gonzaga/Zé Dantas) – Severo (ao vivo no Ralabucho)
– O canto da ema (João do Vale/Alventino Cavalcante/Ayres Viana) – Severo (ao vivo no Ralabucho)

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Foto – Onildo Almeida e Luiz Gonzaga

Onildo Almeida e Luiz Gonzaga

*foto originalmente publicada no livro “O Fole Roncou”, de Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues.

CD – João Sá – Minha Estrada

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Colaboração do Ivan Matos, de Gama – DF

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“João é agricultor-feirante na cidade de Cotegipe – BA, esse CD é de 1996, o único da sua carreira, ele juntou uns amigos e montou uma banda de forro que animava bailes (forrós) pelas redondezas de sua cidade natal (Cotegipe).

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Do CD, destaco Minha Estrada e Como Acorde de Sanfona, além dessas chamo atenção para Meu Velho, homenagem que ele faz ao seu pai, vaqueiro da região.”

João Sá – Minha Estrada
1996 – Nogueira Produções

01 Eterna Namorada (João Sá)
02 Amor Verdadeiro (João Sá)
03 Meu Velho (João Sá)
04 Minha Estrada (João Sá)
05 Como Acorde de Sanfona (João Sá)
06 Contando Estrelas (Elias Nogueira – Eluany Falcão)
07 No Compasso do Forró (João Sá)
08 Minha Menina (Elias Nogueira – Eluany Falcão)
09 Estrela Matutina (Elias Jr.)
10 Fugindo da Seca (João Sá)
11 A Todo Vapor (João Sá)
12 Meu Erro (João Sá)

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Foto – Marinês

Marines

*foto originalmente publicada no livro “O Fole Roncou”, de Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues.

CD – Cezar do Acordeon & Banda Reboliço

1997 - Cezar do Acordeon - frente

Colaboração do sergipano Everaldo Santana

1997 - Cézar do Acordeom - ficha técnica

Esse disco pertence ao acervo do Castanheiro.

1997 - Cézar do Acordeom - verso

Participações especiais de Elias Penudo e Bernardete França.

Cezar do Acordeon & Banda Reboliço –
1997 – For All

01 – Aquela Nuvem (Cícero Amorim)
02 – Quero teu Abraço amigo (Cezar do Acordeon – Reginaldo Bezerra)
03 – Folia do Amor (Cezar do Acordeon)
04 – O que deu em você (Lília – Cícero Amorim)
05 – Na pisada do Forró (Cezar do Acordeon)
06 – Mulher de Cabaceira (Bill Leal – Cícero Amorim)
07 – Chimarrão com Rapadura (Cezar do Acordeon)
08 – Meu destino é viajar (Cezar do Acordeon – Zezum)
09 – É disso que eu gosto (Bill Leal – Lília)
10 – Rio Guabiraba (Palito do Nordeste – Cícero Amorim)
11 – Só faltava Arrasta Pé (Cezar do Acordeon – Cícero Amorim)
12 – Não tem problema (Cezar do Acordeon – Cícero Amorim)
13 – Vida anil (Cezar do Acordeon)

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Texto – Forró, Jovem Guarda, eu e meu pai

*Texto enviado pelo Abílio Neto.

Recordo que, dos grandes movimentos musicais brasileiros, a Jovem Guarda me alcançou na adolescência e eu a detestei. Só gostava de Leno e Lílian. Os meus amigos de colégio diziam que eu só podia ser meio pirado para não gostar de uma coisa tão inovadora como aquela. Falavam que era rock. Nunca foi, acho eu.

A Bossa Nova, essa eu não consigo me lembrar. Quando João Gilberto lançou o álbum “Chega de Saudade”, eu tinha 9 anos. Não me lembro nem se tocava no rádio. Mas depois que eu fiquei mais taludinho e comecei a me interessar por música, nas lojas de disco que eu frequentava em Caruaru, procurei saber como aquele povo matuto (acho que vão me matar!) encarou João Gilberto. Disse-me um vendedor de disco de uma loja daquele beco estreito onde existia “A Pequena De Ouro”, que um dia pôs o LP dele para tocar, oferecendo-o a um fazendeiro. O freguês escutou algumas músicas, depois pegou a capa do disco, olhou João com aquela mão no queixo e se encrespou com o vendedor: – “Isso é música pra viado e você está querendo me vender isso. Está pensando o quê?” Saiu da loja furibundo!

Somente mais velho e através de Adilson Ramos e Reginaldo Rossi, já na década de oitenta, é que vim curtir a Jovem Guarda. Na década de sessenta, eu gostava mesmo era de forró e música de festival. E foi desses festivais que nasceu a vigorosa MPB incorporando até o baião. Para mim, aquilo tudo era uma bênção!

Eu odiava “Quero Que Vá Tudo Pro Inferno” e meu pai mais ainda. Eu, porque a achava alienada para aqueles tempos bicudos, e meu pai porque era um fundamentalista religioso! A gente que não gostava dessa música zombava até dizendo que a solidão de Roberto Carlos era na bunda: “De que vale a minha boa vida de playboy/ Se entro no meu carro e a solidão me dói?”

Depois, muito depois, já agora no século XXI, um escritor fã de Roberto, escreveu que aquilo era uma música de protesto como se Roberto, Erasmo e toda aquela turma tivessem combatido o regime militar. Vai ser alienado assim na baixa da égua! O pior é que o próprio Roberto Carlos, através da Justiça, suspendeu a venda do livro dele, que era uma biografia não autorizada. Bem feito! O livro é bom na narrativa dos fatos da vida do cantor, mas o cara puxou muito o saco de Roberto.

Bem, a verdade é que a Bossa Nova não expulsou Luiz Gonzaga nem o forró dos grandes centros urbanos. Nem a música internacional que começava a tocar insistentemente nas emissoras de rádio. Quem fez isso mesmo foram aqueles cabeludos de roupas apertadas, fivelões nos cintos, costeletas fechadas, pulseiras indiscretas, medalhões no pescoço e até salto alto nos sapatos!

Seu Luiz Gonzaga não tinha raiva de Chico Buarque, ao contrário, o admirava muito, e como sempre foi um homem contraditório, ao mesmo tempo em que apoiava o regime militar, gravou em pleno 1968, “Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores”, de Geraldo Vandré. Mas ninguém chegasse perto dele para falar bem da Jovem Guarda porque ele detestava aqueles cabeludos todos!

Posteriormente, no começo da década de setenta, ele passou a dizer que Gil e Caetano moravam no seu coração, mas eles eram igualmente cabeludos e vestiam roupas bem mais espalhafatosas do que os artistas da Jovem Guarda. Então, chega-se ao consenso de que o Rei do Baião odiava mesmo era o iê-iê-iê. Tenho certeza disso!

A verdade é que ele resolveu colocar aquele ódio numa música. E para isso contou com a colaboração de um funcionário dos Correios de uma pequena cidade do interior do Ceará, chamado José Clementino, que era um modesto compositor. Luiz deu-lhe o tema, descreveu as indumentárias do pessoal das “jovens tardes de domingo”, fez uma espécie de esqueleto da música e mandou o cabra desenvolver. E não é que o homem era bom? Fez uma letra primorosa e “Seu Luiz” só teve o trabalho de fazer a “sanfonização” e depois gravar.

Eu me lembro como se fosse hoje como meu pai vibrava com o “Xote dos Cabeludos”. Ele sabia que o seu destinatário final era Roberto Carlos e dizia: “toma, fio duma peste!”

A biógrafa de Luiz Gonzaga, aquela francesa, escreveu no livro “A Saga de Luiz Gonzaga” que com essa música ele chegou ao fundo do poço. Acho que essa senhora entende tanto de música quanto eu de física nuclear. Ora, quem danado já ouviu um xote tão “cachorro da mulesta” igual àquele? Saiu no LP “Óia Eu Aqui de Novo”, de 1967, um dos melhores discos dele da década!

Escute-o e veja se concorda comigo!

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