Pré-Entrevista com Paulo Tito

*Link enviado pelo Felipe Campos Batista

Pauta, Filmagens e Edição: Vinícius de Oliveira.
Entrevistadores: Vinícius de Oliveira e Dayhenni Molick

“Seresteiro e compositor, Paulo Peres Tito, 80, é natural de Natal e foi criado no bairro das Rocas. Filho do pescador Francisco Tito, ele conta que sempre teve uma infância humilde. Do seu pai ele herdou o dom da música, além de alguns bens materiais após a sua morte. Aos treze anos, quando trabalhava numa relojoaria, que tinha como proprietário Carlos Farach, um dos donos da Rádio Educadora de Natal (REN), ele teve sua primeira oportunidade como músico. Certo dia, enquanto estava trabalhando, ele começou a cantar alto, o que chamou a atenção de todos, inclusive do dono, que logo o chamou para cantar em sua rádio. Na oportunidade, ele participou de um concurso e ficou em primeiro lugar. Foi aí que surgiu o contato com a Rádio e a sua carreira começou.

Mais maduro, em 1951, por vontade própria, foi para Pernambuco à procura de melhores oportunidades. Foi quando Tito fez um teste na Rádio Regional do Comércio, em Recife, onde foi contratado por três anos. Em 1954, quando ainda estava na Rádio Regional do Comércio, Paulo Tito teve contato com Luiz Gonzaga. No período, o Rei do Baião estava sem o seu Zabumbeiro, que não compareceu à apresentação que estava por acontecer. Foi quando Tito se ofereceu a Luiz Gonzaga para substituir seu integrante. Após a apresentação, Tito disse que Luiz ficou encantado com o seu trabalho, tanto que o convidou para trabalhar no Rio de Janeiro. Um mês depois, chegou o telegrama de Luiz Gonzaga o convidando para trabalhar na Rádio Nacional. Após receber ajuda de custo do Rei para a viagem, Tito partiu para a Cidade Maravilhosa. Lá ele morou por 26 anos, onde não foi só cantor e compositor, mas também produtor e diretor musical, trabalhando nos bastidores da música.

Em 1975 voltou ao Rio Grande do Norte para lançar o disco “Reencontro”, junto com outros artistas locais a convite do então Governador Cortez Pereira, que estava pra sair do governo. Em relação a isso, Tito ainda se mostra surpreso com o acontecido, visto que Cortez Pereira fez o contrário do que normalmente acontece: promoveu uma comemoração antes de sair do governo, o que normalmente é feito no período em que os políticos querem se apossar do Poder Público. Mas Paulo Tito só voltou definitivamente ao RN em 1980, quando, segundo ele, “a idade pesou”. Atualmente ele é seresteiro aqui em Natal. Para ele, “a música é um alimento” que ele necessita consumir. Além de cantar, ele faz palestras, como fez recentemente no SESC sobre a história do samba. Também foi professor de violão durante 14 anos pelo Instituto de Música Waldemar de Almeida, da Fundação José Augusto. “Quem está preparado, trabalha”, disse Paulo Tito após ser perguntado sobre o que achava do apoio que os artistas natalenses recebiam. Segundo ele, Natal apóia os artistas da Terra. “O músico, para ter o apoio do público, do Estado ou da empresa privada, tem que estar preparado pra receber o apoio, porque ninguém vai apoiar um artista que não conheça a música”, afirmou.

Há dois anos, Tito foi homenageado no Teatro Alberto Maranhão, através do Projeto Seis e Meia, recebendo um prêmio simbólico, que, por ele estar doente, foi recebido por Leide Câmara, uma grande incentivadora do seu trabalho. Em relação ao seu estilo musical, a seresta, Paulo disse que o ritmo não perdeu espaço para outros estilos musicais, como o forró e o rock, afirmando que “a seresta não nasceu, já existia, ela é eterna”. Hoje ele diz que tudo mudou muito em relação à música, pois o que importa mais é a questão visual, e não o conteúdo. E, embora haja essa contrastante diferença, ele afirma que isso é certo, porque está de acordo com a época em que vivemos.

Atualmente, Paulo está em seu segundo casamento. O primeiro foi em 1950, e teve dois filhos. O segundo é recente, faz somente dez anos que está casado com sua companheira, que tem 34 anos de idade. Cinco anos depois, nasceu sua outra filha, que hoje tem cinco anos de idade. Sobre o assunto, Tito disse perceber o preconceito das pessoas por ele ser mais velho que sua esposa e parecer avô de sua filha.” (Extraído do www.programaxequemate.blogspot.com)

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CD – Quarteto Olinda – Quarteto Olinda

Colaboração do Cláudio Rabeca

“O grupo,surgido em 2005, reúne músicos que conviveram nos forrós, boizinhos, cirandas e bancos de cavalo-marinho da Zona da Mata e ladeiras de Olinda em meados dos anos 90.

Na junção dos percussionistas Guga Amorim, Bruno Vinezof e do baixista Yuri Rabid com o potiguar Cláudio Rabeca, nasceu o Quarteto. Em 2006, após a entrada do pandeiro de Guga Santos (o ‘Rasta’), o Quarteto manteve a poesia e humor do nome, mesmo passando a ser um quinteto.

O CD, gravado no Estúdio Carranca, no Recife, conta com doze músicas. Dessas, sete recebem assinatura dos músicos do grupo. O repertório privilegia um forró de rabeca bem cru, envolvendo outros universos como o samba de matuto (ou de latada) e o coco.”

Quarteto Olinda – Quarteto Olinda
2009

01. Desculpe Morena (Nilton Jr.)
02. Xinxim no Xenhenhen (Guga Santos – Cláudio Rabeca)
03. Cuidado Cantor (Cláudio Rabeca)
04. Samba nosso (Cláudio Rabeca – Guga Amorim – Bruno Vinezof)
05. Forro pé de uva (inst) (Luiz Paixão – Hugo Lins – Pepê – Carlos Amarelo)
06. Caldo de cana (Cláudio Rabeca)
07. Vida mansa (Yuri Rabid – Cláudio Rabeca – Guga Santos)
08. Quincé (Zé Neguinho do Côco)
09. Forró das meninas (Erasto Vasconcelos – Guga Santos – Murilo Silva)
10. A40 (Tiago Andrade)
11. Adeus meu povo (Bruno Vinezof – Fernandes Soares)
12. Passarinho (Tiné – Michael Loveman)

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