Luiz Gonzaga dando entrevista na TV

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Luiz Gonzaga dando entrevista na TV

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*Acervo Jorge Paulo

Luiz Gonzaga – Aí tem

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Colaboração do José de Souza, natural de Guarabira – PB. Um ótimo disco do Gonzagão, pois todas as suas músicas são boas. Pedi a ele um comentário sobre o disco e ele disse:

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“Com 75 anos de idade e uma enorme bagagem acumulada em 50 anos de carreira, Gonzaga, retorna aos estúdios para gravar seu último LP pela gravadora RCA (não se sabe se ele já tinha conciência disso, mas logo depois passou para a Copacabana).

De posse do repertório e de 3 convidados de peso, em 1988 o rei do baião lançou mais este trabalho, intitulado ‘Ai tem Gonzagão’, não é um disco de grande destaque em sua carreira, mas conta com o brilho das presenças de Camélia Alves, em ‘Vamos ajuntar os troços’, de Geraldo Azevedo, em ‘táqui pa tú’, e de seu sobrinho Joquinha Gonzaga, na faixa ‘Dá licença prá mais um’.

E também trás musicas de bom gosto como ‘Bom prá eu’, ‘Ai tem’ e ‘Fruta madura’. Por essas e outras, é que torna-se um disco muito importante para toda a legião de fãs do rei do baião. não percam!!!. ”

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Destaque para as diversas composições do rei em parceria com João Silva, que produziu o disco, arranjos e regência de Chiquinho do acordeon, que gravou as sanfonas junto com Dominguinhos e Waldonis, realmente um álbum nota 10.

Luiz Gonzaga – Aí tem
1988 – RCA

#01. Bom pra eu (Jorge de Altinho)
#02. Ai tem (João Silva – Zé Mocó)
#03. Taqui pa tu (João Silva – Luiz Gonzaga)
#04. No canto do salão (Nando Cordel)
#05. Pra que mais mulher (João Silva – Luiz Gonzaga)
#06. Moela e coração (Cecéu – Zé Mocó)
#07. Fruta madura (João Silva – Luiz Gonzaga)
#08. Outro amanhã será (João Silva – Luiz Gonzaga)
#09. Vamos ajuntar os troços (Antonio Barros)
#10. Forró gostoso (João Silva – Luiz Gonzaga)
#11. Cajueiro velho (Cecéu)
#12. Recado do velho (João Silva – Luiz Gonzaga)
#13. Dá licença pra mais um (João Silva – Raymundo Evangelista)

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Se estiver com dificuldade para baixar e descompactar os arquivos, tire suas dúvidas em nosso manual “passo a passo”, clique aqui.

Luiz Gonzaga – Sanfoneiro do povo de Deus

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Colaboração do Lourenço Molla, de João Pessoa – PB, pedi a ele algum comentário sobre o disco e ele disse:

“Se muita gente teve seu momento Gospel em Disco, Luiz Gonzaga arrepiou há muito tempo esse gênero”

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“Luiz juntou desde a beata Mocinha até o Papa João XXIII nesse disco, e ainda agradeceu a Senhora da Penha por ter escapado de um acidente, uma virada de ‘Rural’ que quase lhe tirou a visão e a vida, descrito na faixa ‘Baião da Penha/Luiz Gonzaga não morreu’.”

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O disco foi gravado em 1967 e lançado no ano seguinte, em 1968, ano no qual lançou mais dois LPs. O acidente que Lourenço cita acima, aconteceu alguns anos antes, em 1961.

Luiz Gonzaga – Sanfoneiro do povo de Deus
1967 – RCA

#01. Beata mocinha (Manexinho Araujo – José Renato)
#02. O jumento é nosso irmão (Luiz Gonzaga – José Clementino)
#03. Ave-Maria sertaneja (Julio Ricardo – O. de Oliveira)
#04. Meu pageú (Luiz Gonzaga – Raimundo Granjeiro)
#05. Baião da penha – Viva o rei (Guio de Moraes – David Nasser – José Amancio – Zé )
#06. Louvação a João XXIII (Nertan Macedo – Monsenhor Morão)
#07. Rainha do mundo (Ary Monteiro – Julio Ricardo)
#08. Padroeira do Brasil (Luiz Gonzaga – Raimundo Granjeiro)
#09. Padre sertanejo (Pantaleão – Helena Gonzaga)
#10. Bença mãe (Bob Nelson)
#11. Boiadeiro (Armando Cavalcante – Klécius Caldas)

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Luiz Gonzaga – 50 anos de chão – 5 LPs

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Colaboração do José de Sousa, natural de Guarabira – PB. Essa é uma publicação muito especial, afinal não é sempre que podemos publicar cinco LPs do Gonzagão de uma vez só.

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Essa coletânea teve seu repertório planejado e organizado por José Milton, de forma a resumir a obra do Gonzagão, sendo assim, achamos que seria mais coerente se a publicassemos inteira, de uma vez só, e não em cinco partes como seria mais prático.

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O mais interessante desse repertório estar todo reunido num lugar só, é poder comparar os tipos diferentes de letras, músicas e temáticas que o Gonzagão gravou, a partir dos diversos parceiros de composições que acompanharam durante sua carreira, entre eles, Humberto Teixeira, Zé Dantas, Zé Marcolino e João Silva.

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Outra coisa interessante de se reparar, é a evolução cronológica e o gradual aumento da qualidade técnica das gravações. Desde “Vira e mexe” de 1941, gravado ao vivo em um canal, literalmente tirando leite de pedra, evoluindo até as gravações do final da década de 1980, com vários canais e muito mais tecnologia.

Luiz Gonzaga – 50 anos de chão – 5 LPs
1996 – BMG

Disco: 1

01. Vira e mexe (1941) (Luiz Gonzaga)
02. Dança Mariquinha (1945) (Luiz Gonzaga – Miguel Lima)
03. No meu pé de serra (1946) (Humberto Teixeira – Luiz Gonzaga)
04. Vem morena (1949) (Luiz Gonzaga – Zé Dantas)
05. Acauã (1952) (Zé Dantas)
06. Baião (1949) (Humberto Teixeira – Luiz Gonzaga)
07. Asa branca (1947) (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)
08. Boiadeiro (1950) (Klecius Caldas – Armando Cavalcanti)
09. Cintura fina (1950) (Luiz Gonzaga – Zé Dantas)
10. Forró de Mané Vito (1949) (Zé Dantas – Luiz Gonzaga)
11. 13 de Dezembro (1953) (Luiz Gonzaga – Zé Dantas)
12. No Ceará não tem disso não (1950) (Guio de Moraes)

Disco: 2

01. Pau-de-arara (1952) (Guio de Moraes – Luiz Gonzaga)
02. Sabiá (1951) (Zé Dantas – Luiz Gonzaga)
03. Juazeiro (1949) (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)
04. A Volta da asa branca (1950) (Luiz Gonzaga – Zé Dantas)
05. Baião da garoa (1952) (Luiz Gonzaga – Herve Cordovil)
06. Qui nem jiló (1950) (Humberto Teixeira – Luiz Gonzaga)
07. O Xóte das meninas (1953) (Zé Dantas – Luiz Gonzaga)
08. Assum preto (1950) (Humberto Teixeira – Luiz Gonzaga)
09. Riacho do navio (1955) (Zé Dantas – Luiz Gonzaga)
10. Respeita Januário (1950) (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)
11. Paraíba (1950) (Humberto Teixeira – Luiz Gonzaga)
12. Abc do sertão (1953) (Luiz Gonzaga – Zé Dantas)

Disco: 3

01. A Dança da moda (1950) (Luiz Gonzaga – Zé Dantas)
02. Légua tirana (1949) (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)
03. Imbalança (1952) (Luiz Gonzaga – Zé Dantas)
04. Estrada de Canindé (1950) (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)
05. Xandusinha (1950) (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)
06. Vozes da seca (1953) (Zé Dantas – Luiz Gonzaga)
07. Olha pro céu (1951) (Luiz Gonzaga – José Fernandes)
08. São João na roça (1952) (Luiz Gonzaga – Zé Dantas)
09. Noites brasileiras (1954) (Luiz Gonzaga – Zé Dantas)
10. São João do carneirinho (1952) (Luiz Gonzaga – Guio de Moraes)
11. Piriri (1965) (João Silva – Ary Rangel)
12. Forró no escuro (1957) (Luiz Gonzaga – Miguel Lima)

Disco: 4

01. A feira de Caruaru (1957) (Onildo Almeida)
02. Cacimba nova (1964) (José Marcolino) Part: José Marcolino
03. Apologia ao jumento (O jumento é nosso irmão) (1968) (Luiz Gonzaga – José Clementino)
04. Sanfona do povo (1964) (Luiz Guimarães – Helena Gonzaga)
05. Óia eu aqui de novo (1967) (Antonio Barros)
06. Meu Araripe (1968) (João Silva – Luiz Gonzaga)
07. Pense n’eu (1984) (Gonzaga Jr.) Part: Gonzaguinha
08. Ovo de codorna (1971) (Severino Ramos)
09. Serrote agudo (1962) (José Marcolino – Luiz Gonzaga)
10. A morte do vaqueiro (1963) (Luiz Gonzaga – Nelson Barbalho)
11. Capim novo (1976) (Luiz Gonzaga – José Clementino)
12. A triste Partida (1964) (Patativa do Assaré)

Disco: 5

01. A vida do viajante (1979) (Luiz Gonzaga – Herve Cordovil) Part: Gonzaguinha
02. Danado de bom (1984) (Luiz Gonzaga – João Silva) Part: Elba Ramalho
03. Súplica cearense (1984) (Gordurinha – Nelinho) Part: Fagner
04. Pagode russo (1984) (Luiz Gonzaga – João Silva)
05. Forró nº 1 (1985) (Cecéu)
06. Sanfoneiro macho (1985) (Luiz Gonzaga – Onildo Almeida)
07. Luar do sertão (1981) Part: Milton Nascimento
08. Obrigado, João Paulo (1980) (Padre Gotardo)
09. Sanfoninha choradeira (1984) (Luiz Gonzaga – João Silva) Part: Elba Ramalho
10. Forró de cabo a rabo (1986) (Luiz Gonzaga – João Silva)
11. Nem se despediu de mim (1987) (João Silva – Luiz Gonzaga)
12. Depois da derradeira (1981) (Dominguinhos – Fausto Nilo) Part: Dominguinhos

Para baixar essa coletânea, com os 05 LPs e as capas, clique aqui.

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13 de Dezembro – Dia do forró

Recebemos esse texto do Jonas Duarte, professor doutor do Departamento de História da UFPB, em João Pessoa – PB. Gostei muito do que li e compartilho das opiniões descritas, com convicção.

sanfona (Foto de Deia Silva, fonte)

“Foi decretado há alguns anos, o dia 13 de dezembro como o dia nacional do forró. A data é em homenagem a Luiz Gonzaga, que nasceu nesse dia, em 1912. Considero a homenagem muito justa e a data muito especial.
O forró também é considerado, pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, patrimônio imaterial do povo brasileiro. Um grande patrimônio. É a música que mais gosto. Não digo que seja a melhor ou a mais bonita música do universo musical brasileiro, riquíssimo por sinal. Apenas a que mais gosto. Certamente tenho razões para isso. Considero o forró a minha música, a da minha identidade. Minha representação. Lógico, um matuto cheio de orgulho de ser matuto como eu, só pode gostar da música de matuto – forró. Embora conheça dezenas, centenas, talvez milhares de pessoas, nascidas e vividas no mesmo ambiente que eu e que não gosta, não sabe e nunca ouviu forró. Apreciam outros estilos musicais. Respeito todos. Mas há ainda hoje grande preconceito com o forró. É considerada por muitos como uma música inferior. Lógico que discordo e acho que esse preconceito tem a ver com as origens populares do forró, como afinal da grande maioria dos ritmos.

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Sivuca dizia que Gonzaga tirou o forró dos cabarés, das zonas, da periferia. Que com Gonzaga o forró deixou de ser coisa só de pobre matuto, de retirante, miserável nordestino e colocou nos salões da burguesia, da elite brasileira. O forró foi até internacionalizado.
Não sei se há alguma importância em se internacionalizar o forró. Mas sei que há importância em defender essa música. Essa bandeira. Como uma música nossa. Como uma representação cultural da vida do povo brasileiro. De suas alegrias, de seus dramas. É assim que escuto sua melodia.
Viajo ao som dos acordes de Dominguinhos, da mesma forma que viajo ouvindo a pastoral, a sinfonia Nº. 6 de Beethoven, minha preferida.
Quero falar aqui apenas do forró instrumental, tocado por forrozeiros de oito baixos.

Por esses dias montei um CD MP3 com uma coletânea espetacular de forró. Só instrumental. Fenomenal. Como tenho estado muito tempo dentro de um carro pra cima e pra baixo. Escuto muito o CD, com 265 músicas. As de Zé Calixto, o filho de seu Dideu, esse mágico dos oito baixos, já conhecia todas. Afinal tenho sua coleção completa. Do primeiro ao último disco. As músicas de Geraldo Correia, considerado por Dominguinhos como o melhor de todos; como o mais completo tocador de oito baixos do Brasil, segundo o mestre, filho de seu Chicão, são maravilhosas. Os dois expressam, e isso é muito interessante, a musicalidade de Campina Grande, Recife e Rio de Janeiro, por onde circulavam os forrozeiros da cidade.

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Jackson do Pandeiro, líder desse pessoal, tinha um programa na Rádio Nacional, de onde difundia o forró e todos esses artistas que fizeram de Campina Grande, nas décadas de 1950, 60 e 70 o Quartel General do forró e ponto natural do intercâmbio com o Rio de Janeiro à época, considerado a “capital cultural” do País. O forró e a música que eles tocam tem vários eixos geográficos. O de Zé Calixto e Geraldo Correia é esse. Daí em suas obras musicais se encontrar o “Rojão” campinagrandense , o frevo pernambucano (com forte influência em Campina Grande, onde Capiba morou por muitos anos e deixou raízes) e o samba carioca, que virou Samba Nordestino, ou Samba Brega mais recentemente. Além disso, a gravadora Cantagalo, que abrigava boa parte dos forrozeiros “nortistas” também ficava no Rio, com uma distribuidora em Recife.

Outro tocador de oito baixos que destaco é Noca do Acordeon. O som tirado por Noca dar a impressão que o fole de oito baixos foi inventado pra ele e para o forró. Nota-se a influência de Gonzaga no “roncado” de seu fole. Nossa! Ele toca valsas, boleros cubanos e se aventura por tangos argentinos, simplesmente maravilhosos, divinos. Um craque. Coisa de deleite sonoro. Manoel Maurício é outro craque nessa arte. Faz o fole pegar fogo. Adolfinho e Gerson Filho são geniais. Destaque para o acompanhamento de todos. O chocalho, o violão e, em muitos casos o cavaquinho. Noutros já se escuta o Baixo, em alguns inclusive, o eletrônico, demonstrando que o instrumental que se usa pode não alterar a proposta musical do artista. E estes forrozeiros são fieis a um estilo clássico de forró.

gonzaga3 (Fotos de José Leomar)

Severino Januário, irmão mais velho de Gonzagão, discípulo, como o irmão famoso, do velho Januário, o pai de tudo isso, também é genial. Ele notadamente prefere os Arrasta-pés, aquelas marchas maravilhosas, especiais para dançar quadrilhas. Gabriel e Pedrinho, meus filhos, foram embalados desde cedo por aquela música. Ainda em 1999 comprei meu primeiro CD de Severino Januário e como não conseguia parar de ouvir e precisava colocar Gabriel, recém-nascido, para dormir; era ouvindo o fole de Severino Januário que ele adormecia. Distingo o som do fole de Severino Januário nos primeiros acordes, à distância. Hoje tenho a coleção completa dele, e cada dia amo mais essa beleza sonora.

No entanto, para mim, o melhor, que me desculpe Dominguinhos e todos os entendidos em música, é Pedro Sertanejo, o pai de Oswaldinho. A música dele é impressionante. É forró puro. Lembra-me os forrós de Mané Virgulino, lá na Serra do Monte, tomando cachaça em chapéus e voltando sendo trazido por minha égua Quixaba. Os forrós na casa de Detim (no Zacarias). Ou os da casa de Mané Torquato… Lembra-me as Emas da minha infância cheia de festa, de alegria, de forrós. A música tocada por Pedro Sertanejo é uma torrente de invernada sobre um verão demorado. É uma noite de trovoada. Quem já foi no Cariri numa noite de trovoada, a chuva vindo de recuada, sabe do que estou falando. O som do fole de Pedro Sertanejo entra pelos ouvidos e pelos poros. Ao mesmo tempo em que é suave é quente. É como a Salsa ou a Rumba ou o Chá chá chá cubanos. É como o Frevo. Impossível não mexer com a gente, com algum músculo. Como diz Gonzaga se referindo aos vaneirões gaúchos: é como uma narrativa musical das conchilas (fazendas) do Rio Grande. A música de Pedro Sertanejo é a narrativa sonora da paisagem do nosso sertão. De nossas serras, nossa mata, nossos pássaros. De nossa gente alegre, disposta a viver, a lutar pela vida com alegria e força. Ouvindo o fole de Pedro Sertanejo não imaginamos seca, miséria ou pobreza em nossas terras. Só a vida verdejada…. plagiando Jessier Quirino. É um rebuliço…

luiz-gonzaga-e-humberto-teixeira (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)

Falaria ainda de Luizinho Calixto, sobrinho de Zé. Seu estilo é mais refinado e toca um chorinho amuado. É genial. Luizinho é sujeito que tem um grau cultural mais elevado. Estudou mais. Estudou música inclusive. É uma espécie de representante político dos forrozeiros dos oito baixos. Seu programa na rádio Verde Mares de Fortaleza é um espaço da resistência forrozeira Brasil afora. Hoje deve estar em Exu, terra natal de Gonzaga, no Parque Asa Branca – local estruturado por seu Luiz Lua Gonzaga para se celebrar o forró. No pé da chapada do Araripe que tanto inspirou Gonzaga. Essa divisa de Pernambuco e Ceará. Luizinho participa da organização do aniversário do Lua do Nordeste que hoje estaria completando 96 anos.

Caravanas de amantes do forró se deslocam para casa de Gonzaga. A cozinheira de Gonzaga, remanescente do seu tempo faz feijoada, buchada, galinha de capoeira o dia todo. A festa que começou desde o fim de semana passado, hoje toma conta do alpendre da casa de Gonzaga. Sanfoneiros de perto e de longe circundam uma mesa enorme cheia de cerveja e cachaça e tocam músicas de Gonzaga e forró de toda natureza. Fazem-se desafios de sanfonas como de violeiros. Um puxa o fole de cá o outro responde de lá. Pessoas do povo ocupam o parque onde Gonzaga e familiares estão enterrados no mausoléu e onde há um museu com a obra gonzagueana. A noite é festa com vários convidados na quadra de shows. Hoje acho que será debaixo de chuva, como gostava Gonzaga. Amanhã, sob dois juazeiros plantados por Gonzaga, no pátio da fazenda, desfilam uma gama de sanfoneiros e se dar o prêmio Asa Branca ao artista que tenha se destacado na defesa do forró durante o ano. É belíssimo. Em paralelo, organiza-se uma feijoada a ser distribuída para todos moradores de Exu e aos convidados.

gonzaga-caricatura-ique (Caricatura feita por Ique)

É isso. Como diz Gilberto Gil, quando colocou letra, em 1996, na música ’13 de dezembro’ que Gonzaga compôs e gravou em 1950. ‘É desse treze de dezembro que eu me lembrarei. E sei que não esquecerei jamais’. Êita Gil….

13 de dezembro – Gilberto Gil

‘Bem que essa noite eu vi gente chegando
Eu vi sapo saltitando e ao longe
Ouvi o ronco alegre do trovão
Alguma coisa forte pra valer
Estava pra acontecer na região

Quando o galo cantou
Que o dia raiou
Eu imaginei
É que hoje é treze de dezembro
E a treze de dezembro nasceu nosso rei

O nosso rei do baião
A maior voz do sertão
Filho do sonho de Dom Sebastião
Como fruto do matrimônio do cometa Januário
Com a estrela Sant’Ana
Ao romper da era do Aquário
No cenário rico das terras de Exu
O mensageiro nu dos orixás

É desse treze de dezembro que eu me lembrarei
E sei que não esquecerei jamais’

Nem lembro que a 13 de dezembro de 1968 (40 anos atrás) os milicos nos meteram o AI 5.”

Jonas Duarte, ouvindo 13 de dezembro na voz de Elba Ramalho no disco “Leão do Norte” – maravilhoso.

“Asa branca” com Jorge Paulo e Luiz Gonzaga

Cena do longa “Chapeu de Couro”, na qual Jorge Paulo e Luiz Gonzaga cantam “Asa branca”, de autoria de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Zito Borborema e o primeiro Trio Nordestino

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Recebemos esse link do DJ Black.

É uma coluna de Raimundo Floriano, no Jornal da Besta Fubana.

Eram três cabras danados, forrozeiros de talento que, depois de baterem cabeça e darem muito murro em ponta de faca por aí, desembarcaram no Rio de Janeiro na busca de um lugar ao sol na cidade maravilhosa. Seus nomes de batismo não ajudavam nada no cenário artístico: José Domingos de Morais, sanfoneiro, João Batista de Lima Filho, zabumbeiro, e Manoel Valdivino de Souza, vocalista, triangueiro e pandeirista. Por isso, ostentavam pseudônimos pelos quais passaram a ser conhecidos dali pra frente: Dominguinhos, Zé Minhoca – depois Miudinho – e Zito Borborema.

Como não poderia deixar de ser, acoitaram-se na proteção de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, que os acolheu e os abençoou. Deu-lhes a mão e, com peso do seu prestígio, arranjou serviço para os três.

Tocando nos forrós cariocas, ora isoladamente, ora reunidos, vez em quando com o próprio Gonzagão, foram se afirmando no meio musical e desenvolveram trabalhos que os projetaram para o sucesso.

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No começo do ano de 1957, Luiz Gonzaga, reuniu os três e organizou um conjunto a que deu o nome pioneiro de Trio Nordestino, inspirado por Helena, sua mulher. O grupo durou apenas dois anos com sua formação original. Mais tarde, o título, que não detinha patente oficial, foi disputado pelos trios Baiano, formado por Lindu Cobrinha e Coroné, e Paulista, formado por Xavier, Heleno e Toninho.

Depois de desfeito o Trio Nordestino inicial, cada qual seguiu rumos diferentes, cada qual com sua história…(Veja o texto completo no seu contexto original)

Luiz Gonzaga – São João quente

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Essa é uma colaboração do Gilmar Takeda, de São Paulo – SP, este LP é do seu pai, que é um colecionador de discos, sobretudo de forró. O álbum faz parte da coleção particular de Gilberto Gonçalves e quem digitalizou foi um DJ chamado Dió.

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Pedi ao Gilmar alguma curiosidade sobre o disco. Ele disse: “…o lado A do disco
é de uma única faixa com músicas instrumentais, o disco nunca foi re-lançado pela RCA
em CD e que possui faixas inéditas como ‘Coronel Pedro do Norte’ e ‘O coreto da Pracinha’.

Outra curiosidade, este dísco possui a participação de um flautista chamado
Altamiro Carrilho (músico/flautista/compositor) que é considerado
uma lenda viva do choro brasileiro nas faixas ‘Ovo de codorna’, etc.”

Luiz Gonzaga – São João quente
1972 – RCA

01.
Fuga da África (Luiz Gonzaga)
De Juazeiro a Pirapora (Luiz Gonzaga)
São João do arraiá (Zé Dantas)
O xote das meninas (Luiz Gonzaga / Zé Dantas)
Macapá (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira)
Impertinente (Luiz Gonzaga)
Vira e mexe (Luiz Gonzaga)
02. O Coreto da pracinha (Altamiro Carrilho / Ribeiro Valente)
03. Ovo de codorna (Severino Ramos)
04. Dia de São João (Rildo Hora)
05. Coronel Pedro do Norte (Nelson Valença)
06. Lulu vaqueiro (Nelson Valença)
07. O urubu é um triste (Nelson Valença)

Para baixar esse disco, clique aqui.

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DVD – Luiz Gonzaga – Danado de bom

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Recebemos esse link do Vinícius, assíduo frequentador do Blog e fã do Gonzagão. Realmente não podia faltar aqui o DVD do grande rei do baião. (Fonte)

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Gravado ao vivo, em maio de 1984, para o Especial da Rede Globo de TV, marcando a despedida de Luiz Gonzaga. Editado pela primeira vez em 2003.

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Músicos: Dominguinhos e Oswaldinho (Acordeon), Jamil Joanes (Baixo), Manassés de Sousa (Violão), Fausto Luis Maciel (Percussão), Amauri de Carvalho (Triângulo) e Azulão da Bahia (Zabumba).

Luiz Gonzaga – Danado de bom
1984

01. A volta da Asa Branca (Zé Dantas / Luiz Gonzaga)
02. Danado de bom (Luiz Gonzaga / João Silva)
03. Terra, vida e esperança (Jurandy da Feira)
04. Aproveita gente (Onildo Almeida) Part: Sivuca
05. Pense n’eu (Gonzaguinha) Part: Gonzaguinha
06. Sete meninas (Toinho / Dominguinhos) Part: Dominguinhos
07. Sebastiana (Rosil Cavalcanti) Part: Guadalupe
08. Pagode russo (Luiz Gonzaga / João Silva)
09.
Respeita Januário (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira) Part: Fagner
Riacho do navio (Zé Dantas / Luiz Gonzaga)
Forró no Escuro (Luiz Gonzaga)
10. Sanfoninha choradeira (Luiz Gonzaga / João Silva) Part: Elba Ramalho
11. Boiadeiro (Armando Cavalcanti / Klécius Caldas)
12. Asa Branca (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira) Part: Fagner / Sivuca / Guadalupe

Para baixar o áudio desse DVD, clique aqui.

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