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Banda de pífanos de Caruaru

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A Banda de Pífanos de Caruaru tem suas origens no ano de 1924, quando Manoel Clarindo Biano, sertanejo das Alagoas, herdou de seu pai dois pífanos (ou pifes), um bombo, um prato e a missão de manter viva a Zabumba Cabaçal criada por seu avô, banda de pífanos, ou “esquenta mulher”, como é conhecida nas Alagoas, ou banda cabaçal, ou terno de zabumba, dentre outras denominações que variam conforme a região.

Manoel juntou a família, seus filhos Benedito e Sebastião, e um amigo e começaram a percorrer o nordeste, fugindo da seca e da miséria, fazendo apresentações em quermesses, novenas, casamentos, batizados, enterro de “anjos” e até mesmo para o lendário Lampião (1927). Foi nessas andanças que aportaram em Caruaru, no ano de 1939, onde continuaram com seus shows. 1955 marca a perda de s. Manoel. A missão de manter viva a tradição foi delegada aos seus filhos, e agora também aos seus netos: Luiz, que permaneceu por pouco tempo, e Amaro (filhos de Sebastião) e Gilberto e João (filhos de Benedito), agora batizados com o nome de Banda de Pífanos de Caruaru.

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A música da “Bandinha” ultrapassou os limites do estado de Pernambuco, chegando aos ouvidos, nos anos 60, dos tropicalistas Jards Macalé, de nosso atual ministro Gilberto Gil e, mais pra frente de Caetano Veloso. Do encontro entre os instrumentistas e Caetano nasceu “Pipoca Moderna”, que permitiu, embora os Biano só tivessem descoberto, por acaso, a veiculação da música alguns anos depois, o reconhecimento nacional da Banda de Pífanos de Caruaru.(texto extraído do sítio entre cantos)

Banda de pífanos de Caruaru
1976 – Continental

01. Pipoca moderna (Caetano Veloso – Sebastião Biano)
02. Caboré (Sebastião Biano)
03. Frevo Danado (Ronaldo Maciel – Rui Ferreira)
04. Arrasta pé corneta (Sebastião Biano)
05. Lamentação (Plácido de Souza)
06. Flor de muçambê (Manoel Alves – João Biano)
07. Carimbó do pífano (Sebastião Biano)
08. O tocador rebate a marcha (Sebastião Biano)
09. Levanta Poeira (Sebastião Biano)
10. O choro dos pífanos (Sebastião Biano)
11. Cabo da vassoura (Sebastião Biano)

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Timeline – Livro – O que é o Forró? (2022)

43k a 82k A.C. Flauta com Escala de sete notas de osso de urso em acampamento neanderthal (Eslovênia)
18k a 28k A.C. Apitos paleolíticos (uma nota)
8k A.C. Primeiros tambores
6k A.C. Tambor (República Checa)
4k A.C. Tambores (Egito)
3k A.C Tambores (Iraque)
2700 a.C. Invenção do Cheng – palhetas e acordes (China)
0 Pífano é encontrado em túmulo de 2000 anos (Brasil)
711 Invasão moura na europa (séculos 8 a 12)
1415 Colonização da África
1441 Chegam os primeiros africanos escravizados em Lisboa
1442 Primeiro registro Guitarra
1444 Primeiro leilão de escravos africanos (Algarve – Portugal)
1459 Primeiro registro da Viola
1483 Colonização do Congo
1494 Tratado de Tordesilhas
1496 Primeiro livro sobre Dança (França)
Final séc 15 e início do 16 Primeiros registros sobre o Semba (Lisboa)
1500 Início da colonização do Brasil
1502 Ciclo do Pau-Brasil (1502 – 1530)
1513 O Rei Manikongo se alia aos portugueses no fornecimento de escravos para o tráfico
1530 Ciclo do Açucar (1530 – 1650)
1530 A Viola a chega ao Brasil
1534 Início das Capitanias Hereditárias
1538 Início do tráfico negreiro para o Brasil
1537 Primero registro Sarau
1537 Fundação Recife – Pernambuco
1568 Primeiro teatro em Madri (Corrales)
1549 Fundação de Salvador – Bahia
1549 Chegada dos Jesuítas
1555 França Antártica na Baía de Guanabara (1555 – 1570)
1554 Fundação São Paulo – São Paulo
1559 Proibição de bailes e ajuntamentos de escravos (Lisboa)
1565 Fundação Rio de Janeiro – Rio de Janeiro
1580 Quilombo de Palmares (1580 – 1710)
1581 União Ibérica (1581 – 1640)
1583 Proibidos os Bailes indígenas
1589 Registro Branle de Poitou (Precursor do Minueto)
1594 Ópera (Itália)
Final séc 16 e início do 17 Invenção do Violino (Itália)
1612 França Equinocial no Maranhão (1612 – 1615)
1612 Fundação de São Luiz – Maranhão
1616 Fundação de Belém – Pará
1623 Registro de baile na cidade de São Paulo
1624 Invasão Holandesa na Bahia (1624 – 1625)
1630 Invasão Holandesa em Pernambuco (1630 – 1664)
1640 Invasão Holandesa no Maranhão (1641 – 1654)
1680 Aproximadamente Gregório de Mattos cita o Gandum
1684 Aumenta o tráfico negreiro e a quantidade de alforrias
1694 Ciclo do Ouro (1694 – 1760)
1697 França invade o Amapá (São expulsos no mesmo ano)
Final séc 17 e início do 18 Surgem os Chorões (Bandas de escravos e ex escravos)
1711 Fundação Ouro Preto – Minas Gerais
1712 Registro Fandango (Europa)
1727 Proibição do Tupi nas cidades e povoados
1727 Primeiro registro Banda de Pífanos (Lagarto – Sergipe)
1730 Dança Fofa da Bahia (Lisboa)
1730 Primeiro teatro no Brasil (Sabará – MG) Casas de ópera
1735 Proibição dos Kalundus
1750 Cangaceirismo (1750 – 1940)
1753 Gandum (Lisboa)
1755 Terremoto em Lisboa
1759 Expulsão dos Jesuítas
1760 Ciclo do Algodão (1760 – 1820)
1761 Abolição do tráfico de escravos em Portugal continental
1763 Salvador deixa de ser a capital do Brasil
1770 Lundu (Lisboa)
1775 Modinha (Lisboa)
1778 Valsa (Viena)
1793 Lundu (Lisboa)
1797 Valsa (Brasil)
1808 A Valsa se torna mais frequente com a transferência da coroa portuguesa para o Brasil
1808 O Rei João VI proibe os Lundus nas festas de salão da corte
1808 O Rei ordena que os índios não integrados sejam exterminados
1817 Os peditórios com tambores são proibidos
1817 Primeiro registro de um endereço que ensinava diversas disciplinas, entre elas a dança
1817 Registro Fado
1822 Proclamação da independência do Brasil
1822 Invenção da Gaita de Boca (Alemanha)
1829 Invenção da Gaita de Mão (Viena) Primeiro modelo de Acordeon
1831 Proibição da importação de escravos (Lei pra inglês ver)
1833 Primeira citação do Forró (a Festa)
1837 Polca (República Checa – Praga)
1838 Primeiro registro samba
1843 Primeiro registro da palavra Baião
1845 A Polca chega no Brasil
1845 Chegada dos primeiros acordeons ao Brasil
1847 Primeiro livro sobre dança de salão Inglaterra
1850 Proibição do Tráfico negreiro
1850 Ciclo do Café (1850 – 1930)
1854 Primeira ferrovia (Rio de Janeiro)
1858 Segunda ferrovia (Pernambuco)
1864 Guerra do Paraguai (1864 – 1870)
1866 Ciclo da Borracha (1866 – 1913)
1870 Primeira citação do Samba (ritmo)
1880 Primeiro registro da expressão “Dança de Salão” RJ
1880 Surge o Xote (O scottich chega ao Brasil)
1881 O Fonógrafo chega ao Brasil
1881 Início das atividades da Great Western of Brazil Railway (Recife – Limoeiro)
1883 Forrobodó recebe o seu primeiro registro em dicionários da língua portuguesa
1888 Abolição da escravatura
1888 Invenção Gramofone
1889 Fim da monarquia e inicio da república
1890 Proibição da Capoeira
1902 Lundu primeiro gênero musical gravado no Brasil
1912 Luiz Gonzaga (1912 – 1989)
1917 Primeiro Samba é gravado
1919 Jackson do Pandeiro (1919 – 1982)
1920 Últimos registros de escravos em fazendas do interior de São Paulo
1922 Primeira transmissão de rádio
1937 Primeiro uso da palavra Forró no título de uma música
1939 Gonzaga compõe e grava marchas de carnaval
1941 Gonzaga grava o primeiro baião
1948 Início do uso dos discos de vinil
1950 Início Televisão
1972 Forró MPB
1992 Forró Eletrônico
1999 Forró Universitário
2003 Forró Internacional
2020 Pandemia COVID-19

Parte do livro: O que é o Forró? Um pequeno apanhado da história do Forró./ Ivan Dias e Sandrinho Dupan. 2022 ISBN978-65-997133-0-9
Projeto contemplado pela 2a Edição do Fomento ao Forró, da “Secretaria Municipal de Cultura” da cidade de São Paulo.

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Cap05 – O que a palavra Forró significa? – Livro – O que é o Forró? (2022)

Muitos atribuem equivocadamente o termo “Forró” à expressão “for all”, o que numa tradução livre significa “para todos”. Supostamente cunhada pelos ingleses da companhia férrea “Great Western”, estabelecida no nordeste brasileiro por 70 anos a partir de 1881 e/ou como forma de atrair a soldadesca americana, durante a segunda guerra, às reuniões musicais (e dançantes) realizadas nos galpões das estações, também conhecidas como “a Festa”, “o Samba”, “o Pagode”, “o Zambé”, “o Arrastapé” e/ou “o Forró”. Mais antiga que as peripécias estrangeiras, não seria difícil imaginar exatamente o inverso, tendo a arraigada palavra do vocabulário local ativado uma espécie de “trocadilho bilíngue”, sutil expressão do humor inglês misturada à inventividade tropical, pendurada nas famosas plaquinhas da memória coletiva. “Forroóóll”?

Mais convincente – e embasada – é a linha de raciocínio que aponta a palavra Forrobodó como sendo a fonte original da abreviatura Forró, que chegou ao Brasil com os africanos escravizados de diferentes grupos étnicos. No ramo linguístico bantu significa “bagunça” ou “confusão”, circunstâncias frequentes nesses bailes populares do interior nordestino do século 19.

Fossem nas casas de fazendas, terreiros dos sítios, quintais ou ruas dos povoados, os encontros misturavam variados estilos musicais e expressões corporais (dança). Uma grande miscigenação cultural aconteceu na música, nas danças, nos costumes e no idioma.

Até hoje podemos notar influências e apropriação de palavras africanas absorvidas pelo português falado no Brasil. Uma palavra muito presente no vocabulário nordestino é “Xodó”, que significa companheiro(a) ou xamego, na língua Fon, originária do Golfo de Benin, na África Ocidental.

A partir de meados do século 19, a formação instrumental da música do Forró passou a ser centralizada na lendária Sanfona de 8 Baixos. Entretanto, os encontros, festas e confraternizações datam de muito tempo antes e eram animadas por diversos instrumentos, como Pífanos, Gaitas, Violas e Rabecas, dentre muitos instrumentos de percussão. Esse eclético conjunto de gêneros, encontros, ritos, danças e prazeres intitulou-se “Forró”.

Nesses encontros havia música cantada e tocada, ao vivo, e muita dança. Pessoas de todas as idades, de diferentes classes sociais, casados, solteiros, crianças, adultos, jovens e idosos, dançavam sozinhas ou em pares.

A manifestação cultural ganharia maior força com a expansão da indústria fonográfica e as projeções midiáticas do pernambucano Luiz Gonzaga, no início da década de 1940, e do paraibano Jackson do Pandeiro, na década de 1950. Foram os principais expoentes da popularização nacional dos ritmos originalmente nordestinos, como Baião, Coco, Rojão, Xaxado e Arrastapé, entre outros, chancelados todos com o selo “Forró”.

Nessa época, a popularização do rádio, aliada ao desenvolvimento das tecnologias de gravação e reprodução de áudio, ao charme dos discos de vinil e às vozes destes representantes da cultura nordestina, espalharam o Forró para todos os cantos do Brasil. Divulgaram a música e fomentaram sobretudo os eventos, encontros, bailes e confraternizações, o que potencializou, regionalmente, diversas maneiras de dançar e se expressar.

Parte do livro: O que é o Forró? Um pequeno apanhado da história do Forró./ Ivan Dias e Sandrinho Dupan. 2022 ISBN978-65-997133-0-9
Projeto contemplado pela 2a Edição do Fomento ao Forró, da “Secretaria Municipal de Cultura” da cidade de São Paulo.

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Cap09.01 – Pífano – Livro – O que é o Forró? (2022)

Desde os primórdios, o Forró era tocado também com o Pífano (aerofone), Flauta feita normalmente de bambu, popularmente conhecida como Pife, acompanhado por palmas e percussão.

O Pífano europeu chegou ao Brasil através dos militares portugueses e dos jesuítas. Os nativos brasileiros, muito antes da colonização europeia, já tocavam diversos tipos de Flauta em seus rituais e celebrações. Na época, tocava-se uma Flauta de formato e som muito semelhantes ao Pife atual do nordeste. Essa Flauta foi encontrada em um cemitério indígena de cerca de 2000 anos, um Pífano de osso enterrado junto com seu dono.

Os Cambembe (Caa = Mato) + (Memby = Música), da atual região de Alagoas, eram conhecidos como grandes tocadores de taboca (tipo de bambu usado para fazer as Flautas). Com o processo de colonização, as Flautas indígenas passaram a receber uma furação igual à dos seculares Pífanos europeus e foram largamente usadas na catequização dos nativos.
Os europeus chegaram no início do século 16. Durante dois séculos, as Bandas de Pífano se desenvolveram até se consolidarem, no início do século 18, com um formato específico, repertório próprio e integrado às manifestações tradicionais dos povoados.

As Bandas de Pífano, Carapebas, Terno de Pífanos, Bandas Cabaçais, Terno de Zabumba ou apenas ‘A Zabumba’ são conjuntos de no mínimo três músicos, compostos por dois Pífanos e um Zabumba. Um remanescente vivo dos primórdios dessa interação entre os elementos indígenas (flautas e celebrações), europeus (paralelismo de terças, harmonias e melodias, temáticas religiosas, procissões e a ‘Marcha’, ritmo das bandas militares) e, em um segundo momento, influências africanas (percussões e ritmos).

Normalmente, completam a instrumentação das Bandas de Pífano, o Tarol (caixa) e os Pratos, além de percussões diversas. Os instrumentos já existiam e eram usados para outros fins.

Em registros históricos, observa-se a denominação de “A Zabumba” para as Bandas de Pífano e “O Zabumba” em referência ao instrumento em si. As bandas eram chamadas de Zabumba pois é o instrumento que se ouve a grande distância. Os músicos iam tocando no caminho e de longe o povoado ouvia o som do Zabumba sabia que a Banda estava chegando.

Antes da colonização, já ocorriam tradicionalmente procissões religiosas na Europa, manifestações que no Brasil foram inseridas pelos jesuítas e tornaram-se parte do conjunto de expressões culturais ligadas ao Pife, assim como as comemorações e celebrações em geral, nas quais as Bandas de Pífano são sempre protagonistas.

Inicialmente misturaram-se as influências militares, religiosas e indígenas, como hinos, dobrados, valsas e marchas, sempre voltados para os ritos católicos. Num segundo momento, mais de um século depois, as influências africanas se integram ao repertório, agregando os ritmos africanos e diferentes santos cultuados.

Dominguinhos disse que Gonzaga gostava muito das Bandas de Pífano. Sempre que parava em uma feira e via uma bandinha, pedia para que tocassem seus repertórios ancestrais.

A inspiração para a formação das Bandas de Pífano pode ter vindo dos conjuntos portugueses chamados de “Bombos”, compostos por 2 Bombos, 2 Tambores, 2 Triângulos e 1 Pife.

No início as Bandas eram formadas apenas por pifeiros, em seguida passaram a ser acompanhadas por uma caixa, tornando-se uma Banda de Pife e Caixa. Até que passam a ser acompanhadas por um Zabumba, tornando-se então finalmente um Terno de Zabumba.

Conta a história que os irmãos Biano, da Banda de Pífanos de Caruaru, tocavam com os indígenas antes de montarem a banda.

Parte do livro: O que é o Forró? Um pequeno apanhado da história do Forró./ Ivan Dias e Sandrinho Dupan. 2022 ISBN978-65-997133-0-9
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Cap13 – Forró Tradicional (década de 1940) – Livro – O que é o Forró? (2022)

O Forró Tradicional, é hoje também conhecido como Forró Pé de Serra ou Forró de Trio, em alusão a sua formação mais comum: Sanfona, Zabumba e Triângulo.

Em 1997, a Sony Music havia comprado a CBS e, naquele contexto de reorganizar o acervo, resolveu lançar uma coletânea com o melhor do Forró que havia em seus arquivos. Uma coletânea de Forró Tradicional com 20 músicas, de vários artistas e diferentes anos de gravação, batizou-a com um nome despretensioso: “Forró Pé de Serra”. Indicando que se tratava daquele Forró antigo tocado nas fazendas, lá nos pés de serra… Naquele momento, a perspectiva comercial era renovar e impulsionar as vendas com o “novo” Forró, usando o nome que já estava fortemente arraigado no subconsciente coletivo, batizando a nova tendência com o nome antigo.

Não é a primeira vez na história que uma tendência adotava uma nova denominação apenas para se preservar. Com o aparecimento dessa nova vertente, que também se auto intitulava Forró, a partir dessa ocasião, a mídia passou a classificar o Forró Tradicional como Forró Pé de Serra.

Surgiu no nordeste brasileiro no século 18, nas periferias das capitais e no interior dos estados da Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas. Vale ressaltar que era tocado originalmente por outros instrumentos, como Pífanos, Rabecas e Violas, além de variadas percussões, mas foi lapidado durante os séculos até chegar a esse formato de trio.
Foi levado para o Rio de Janeiro por Luiz Gonzaga. Lançado na rádio e em gravações, no início da década de 1940, espalhou-se o Forró para todo o Brasil através de discos, rádios e shows.

A temática mais comum das letras fala sobre a natureza, a seca que assolou o nordeste brasileiro na época e ao êxodo dos retirantes para o sudeste. Com o passar das décadas outras características se multiplicaram, abrindo mais espaço para composições de duplo sentido e temas engraçados. A temática sobre amores e desamores aos poucos passa a ser a mais gravada.

Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga foram os dois maiores ícones da música nordestina, com características muito distintas. Jackson era mais urbano, um verdadeiro cronista do seu cotidiano, um artista que “propôs” misturar “Miami com Copacabana”. Já Gonzagão era mais ortodoxo e naturalmente ruralista na forma de se vestir, durante a maior parte da sua carreira, as suas temáticas eram voltadas para o campo.

A década de 1940 foi importantíssima para o Forró, pois já no final dos anos 1950, passaria a dividir, com outros ritmos e tendências, o espaço conquistado no imaginário nacional.

Parte do livro: O que é o Forró? Um pequeno apanhado da história do Forró./ Ivan Dias e Sandrinho Dupan. 2022 ISBN978-65-997133-0-9
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Cap24/25/26 – Autores / Agradecimentos / Bibliografia – Livro – O que é o Forró? (2022)

Pesquisa e texto (Research and text)

Ivan Dias (SP), pesquisador, DJ, músico, produtor artístico e de eventos, ativista cultural
(researcher, DJ, musician, artistic and event producer, cultural activist)

Sandrinho Dupan (PB), músico, produtor artístico e pesquisador
(musician, artistic producer and researcher)

Ilustrações (Illustrations)

Ramon Vieira (SP), cantor, compositor, pesquisador de Cultura Popular e artista plástico
(singer, composer, Popular Culture researcher and plastic artist)
Patri Salgado (SP), músico, artista plástico, editor, cineasta e cartunista
(musician, artist, editor, filmmaker and cartoonist)
Gabi Maurisso (MG), produtora digital e ativista cultural
(digital producer and cultural activist)

Agradecimentos (Thanks to)

À Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), ao Museu dos 3 Pandeiros (MAPP), ao professor da UFPB Dennis Bulhões, ao coreógrafo (choreographer) Mauro Araújo, à dançarina (dancer) Leandra Farias, à professora Elvira Gabriela, ao professor Carlos Sandroni; aos músicos (musicians): Parafuso, Marcos Farias, Roninho do Acordeon, Thiago Calixto, Alexandra Nícolas, Pedro Miguel, Kamilo Lima e Jader Finamore; aos colecionadores (collectors)/ pesquisadores (researchers): Érico Sátiro e Lourenço Molla.

Entrevistas com (Interviews with) Parafuso, Luizinho Calixto, Tiziu do Araripe, Edson Duarte, Cláudio Rabeca, Denis Ferreira, Cacai Nunes, Carlos Valverde, Dió de Araújo, Eduardo Monteiro, Amorim Filho e Zé Luan.

Referências Bibliográficas (Bibliographic References)
Cascudo, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. 11. São Paulo: Global, 2002.
Cascudo, Luis da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. Rio de Janeiro, INL, 1979.
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Nóbrega, Rômulo, ALVES, Batista José, Pra dançar e xaxar na Paraíba – Andanças de Rosil Cavalcanti, Campina Grande, Ed. Marconi, 2015.
Dreyfus, Dominique, Vida de viajante: A saga de Luiz Gonzaga, São Paulo, Ed. 34, 1996.
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Neto, Eduardo Monteiro de Lima (Et al.) Pifanos do Agreste, Recife, Ed. Pág.21, 2014.
Site: Forró em vinil (Pesquisa de áudios, vídeos e imagens) www.forroemvinil.com
Palestra com o pesquisador Paulo Vanderlei, na UEPB, maio/2012.
Museu de Arte Popular da Paraíba – UEPB (Pesquisa de áudios, vídeos e imagens)
Entrevista de Jackson do Pandeiro para a Revista Veja, em 13/05/1981.

Parte do livro: O que é o Forró? Um pequeno apanhado da história do Forró./ Ivan Dias e Sandrinho Dupan. 2022 ISBN978-65-997133-0-9
Projeto contemplado pela 2a Edição do Fomento ao Forró, da “Secretaria Municipal de Cultura” da cidade de São Paulo.

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Fatos e curiosidades sobre a vida e obra de Jackson do Pandeiro – Texto de Érico Sátiro

Fatos e curiosidades sobre a vida e obra de Jackson do Pandeiro

Texto de Érico Sátiro

 

Abraço de tamanduá

Na noite de 16 de janeiro de 1960, Jackson do Pandeiro faria um show, juntamente com Almira Castilho, no Texas Bar, no Rio de Janeiro. Antes da apresentação, foram jantar em um restaurante na av. Rio Branco, onde tudo corria tranquilo até que, ao levantar-se para ir embora, Jackson foi abordado por dois fãs que o cumprimentaram de maneira tão efusiva, que um deles começou a abraçar o artista e levantá-lo várias vezes, apertadanebte. Resultado: uma costela quebrada, show no Texas Bar suspenso e a perda do cachê de 10.000 cruzeiros pelo cancelamento da apresentação. Apesar do incidente, Jackson posou para fotos com seu habitual bom humor, usando um cartaz que dizia: “Cuidado! Não me abrace. Estou com uma costela quebrada de abraços de um fan”.


Foto: Radiolândia, 1960, edição 307.

 

Tri adiado

Quando a seleção brasileira de futebol conquistou seu terceiro título mundial em 1970, no México, a gravadora Continental lançou um compacto simples contendo a canção “Frevo do Tri” (Braz Marques/Álvaro Castilho), interpretada por Jackson do Pandeiro, para enaltecer a espetacular proeza do time canarinho, além da música “O caneco é nosso”, cantada pelo Coral 70. Esse compacto, ainda hoje, é facilmente encontrado à venda em sites da internet e era considerado, até pouco tempo, o disco de lançamento do “Frevo do Tri”.
Ocorre que Jackson foi artista da Continental apenas no ano de 1966, estando, em 1970, na gravadora Philips. O fato de sair uma música inédita do Rei do Ritmo pela Continental, em 1970, causava uma certa estranheza. Duas evidências encontradas pelos pesquisadores, então, clarearam melhor a questão. A primeira veio de uma matéria do Jornal do Brasil, de 1966, que informava o prejuízo do mercado fonográfico nacional com a precoce eliminação da seleção brasileira na Copa do Mundo daquele ano, a exemplo da gravadora Continental, que já havia preparado o lançamento do “Frevo do Tri”. A mais importante, entretanto, veio através da “descoberta”, por parte do pesquisador Jocelino Tomaz de Lima, de uma música perdida de Jackson: “Garota de Botafogo” (Álvaro Castilho/De Castro). O compacto dessa canção também é da Continental e contém, no lado A, justamente o “Frevo do Tri”. Embora o selo não traga o ano da gravação, tudo leva a crer (formato do selo, nº do disco etc.) que esse compacto, além de ter sido gravado em 1966, também foi lançado nesse mesmo ano.
Dessa forma, é certo que o “Frevo do Tri” foi criado para enaltecer uma eventual conquista brasileira na Copa da Inglaterra (tentando repetir o sucesso do “Frevo do Bi”, de Braz Marques/Diógenes Bezerra, gravada por Jackson em 1962), sendo gravado e muito provavelmente lançado pela Continental em 1966, e relançado em 1970, aproveitando que a letra não mencionava nomes de atletas, local ou data. O único trecho da composição que ficou extemporâneo foi a citação de “80 milhões”, em referência à população brasileira, já que, em 1970, o censo demográfico nacional apresentava números superiores a 90 milhões. A dúvida que permanece é em relação ao motivo de o compacto “Frevo do Tri”/”Garota de Botafogo” ter se tornado tão raro. Ou o disco teve um grande fracasso de vendas, por conta de ter sido distribuído após a eliminação do Brasil no torneio, ou então foi produzido e teve sua comercialização cancelada, ficando as unidades fabricadas nas mãos de poucos fãs.

 

Censurado!

Também em 66, com repertório bastante diversificado, Jackson gravou “O cabra da peste”, um dos melhores discos de sua carreira, trazendo canções magníficas como “Capoeira mata um” (Álvaro Castilho/De Castro), “A ordem é samba” (Jackson do Pandeiro/Severino Ramos) e “Forró quentinho” (Almira Castilho), apesar do período de ostracismo pelo qual vivia o Rei do Ritmo e o próprio gênero do forró. “Polícia feminina” (Severino Ramos/José Pereira), uma das faixas do álbum, porém, acabou sendo alvo da censura proporcionada pelo regime militar, que determinou sua retirada do disco a partir da segunda tiragem.

 

LP “O cabra da peste”

 

A perseguição da censura aos artistas nordestinos do forró, que não costumavam gravar canções de protesto, tornou-se mais comum nos anos 70, com a explosão das músicas de duplo sentido. Não era o caso, entretanto, de “Polícia Feminina”, censurada por pura bobagem. Confiram a letra da canção e tirem suas conclusões:

Saí do cinema
De braço com Rosalina
Quando ouvi um “siu”
Era uma polícia feminina
Pediu meus documentos
Perguntou onde eu morava
Se era solteiro ou casado
E onde eu trabalhava
Mandou a garota embora
E eu fiquei detido
Eu fiquei desconfiado e muito constrangido
Falou que era dona daquela jurisdição
E eu continuava preso no seu coração
Só depois de meia-noite veio me libertar
Porque a fiscal da turma tinha que passar
Gostei do bate papo, qualquer dia eu vou voltar
Porque marcamos um encontro lá em Paquetá

 

Jackson no cinema

Entre os anos de 1956 a 1962, período em que gozou de grande popularidade, Jackson do Pandeiro participou de diversas produções cinematográficas, apresentando, em sua grande maioria, números musicais. O único filme em que integrou o elenco como ator foi a comédia “Minha sogra é da polícia”, de 1958, onde interpretou o cômico personagem Biriba, atuando ao lado de nomes como Violeta Ferraz, Wilza Carla e Costinha. Nas demais produções Jackson apresentava quadros musicais, participando também de um documentário sobre a noite do Rio de Janeiro. Abaixo, a relação de filmes e canções apresentadas pelo cantor paraibano em cada um:

1956 – “Tira a mão daí” – música “No quebradinho” (Marçal Araújo/José dos Prazeres);
1958 – “Minha sogra é da polícia” – Jackson do Pandeiro interpreta o personagem Biriba;
1958 – “O batedor de carteiras” – música “Querer e não poder” (Aparecida, Jackson e Jorge de Castro);
1959 – “Cala a boca Etelvina” – número músical intitulado “Fantasia Nordestina”, onde Jackson canta a música “Baião” (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira);
1959 – “Aí vem a alegria” – canção “Vou buscar Maria” (Jackson/Severino Ramos);
1960 – “Pequeno por fora” – canção “De araraê” ((Jackson/José Batista);
1961 – “O viúvo alegre” – música “Minha marcação” (Jackson/Alventino Cavalcanti/Uzias Silva);
1962 – “O bom mesmo é carnaval” – música “Vou ter um troço” (Arnô Provenzano/Jackson/Otolino Lopes);
1962 – “Rio à noite – A capital do samba” – documentário sobre a vida noturna carioca.

 


Cartaz do filme “Minha sogra é da polícia”

 

Além dos filmes já citados, Jackson do Pandeiro também participou da trilha sonora de vários outros. O mais importante deles, para a obra do Rei do Ritmo, foi o premiado “O amuleto de Ogum” (1974), que se encerra ao som de Jackson cantando “Revendo amigos” (Jards Macalé/Waly Salomão), gravada especialmente para a ocasião. A trilha dessa película também contém a música “Sim ou não”, interpretada pelo próprio autor, Geraldo Gomes Mourão, o Cícero, irmão de Jackson do Pandeiro (que faz a segunda voz na canção). Outras produções em que Jackson teve canções incluídas na trilha sonora:

1975 – “Pedro Bó, o caçador de cangaceiros”, com a música “Coco do Norte” (Rosil Cavalcanti);
1985 – “Bajado: um artista de Olinda”, com a música “Sou eu o teu amor” (Alceu Valença/Carlos Fernando), em dueto com Gilberto Gil;
2002 – “Deus é brasileiro” (2002), com “O canto da ema” (João do Vale/Alventino Cavalcanti/Ayres Viana);
2003 – “Benjamim” (2003), com “Sebastiana” (Rosil Cavalcanti);
2003 – “Raízes do Brasil II”, com “Ele disse” (Edgar Ferreira);
2003 – “Pelé eterno”, com “O Rei Pelé” (Jackson do Pandeiro/Sebastião Batista);

Em 1978, Jackson do Pandeiro foi também tema de um pequeno documentário, um cineclipe intitulado “A brasa do norte”, dirigido por Ivan Cardoso. Já em novelas, teve a canção “A feira” (Nonato Buzar/Mônica Silveira) incluída na trilha de “Pigmalião 70”, exibida pela rede Globo em 1970.

 

Briga em Recife

Uma temática comum nas letras do repertório de Jackson do Pandeiro era a narração de brigas, confusões e causos de valentões. “O desordeiro” (Maruim), “Lei da compensação”(Rosil Cavalcanti), “A mulher do Aníbal” (Genival Macedo/Nestor de Paula), “Cabo Tenório” (Rosil Cavalcanti), “Forró de Surubim” (José Batista/Antônio Barros), “À base de bala” (Maruim/Oscar Moss) e “Forró em Caruaru” (Zé Dantas) são alguns exemplos. Na vida de Jackson também houve um fato que poderia virar letra de forró.
Contratado em 1955 para fazer uma apresentação na residência de Eládio de Barros Carvalho, ex-presidente do Clube Náutico Capibaribe, no bairro da Tamarineira, em Recife/PE, onde vários atletas e dirigentes do time realizavam uma comemoração, Jackson foi tirar satisfação na festa com Guerra de Holanda, cronista do periódico Folha da Manhã, que soltava pilhérias para sua esposa Almira, chegando ao ponto, inclusive, de passar a conhecida “mão boba” na artista. Um jogador do Náutico tomou as dores do jornalista e passou a discutir com Jackson. Foi o suficiente para vários atletas da equipe partirem para cima do indefeso cantor com chutes, socos e cadeiradas. Jackson e Almira tiveram que se retirar às pressas do local, ele com o rosto ensanguentado e com séria lesão em um dos olhos, que quase o deixou cego, e ela com a roupa rasgada pelas agressões.
Posteriormente, Jackson atribuiu o fato como um dos motivos que o fizeram deixar Recife definitivamente, magoado com a falta de providências por parte das autoridades.

 

Universo em desencanto

Em sua música, Jackson do Pandeiro explorou a religião em vários momentos. Canções natalinas, homenagens a santos, músicas sobre o candomblé, tudo isso faz parte do repertório jacksoniano. De todas, talvez a mais polêmica seja a fase em que o paraibano foi adepto do Universo em Desencanto, também conhecido como Cultura Racional, espécie de doutrina criada e pregada por Manoel Jacinto Coelho, autor do livro que detalhava os princípios da teoria, segundo ele, ditados por um ser extraterreno, o “Racional Superior”. A obra, inclusive, chegou a figurar entre as mais vendidas no país nos anos 70, e a filosofia virou tema de um documentário semanal televisivo, apresentado pelo músico e produtor João Roberto Kelly, durante vários anos daquela década. Lady Francisco, Procópio Ferreira, Lúcio Mauro e, principalmente, Tim Maia, além de Jackson, foram nomes conhecidos que integraram a seita – Manoel Jacinto costumava dizer que a Cultura Racional não era seita, filosofia ou religião, mas sim um “conhecimento das origens da humanidade”. Enquanto Tim Maia chegou a gravar dois discos inteiramente dedicados à divulgação do Universo em Desencanto, Jackson do Pandeiro lançou apenas 4 músicas sobre o tema, entre 1974 e 1978: “Mundo de paz e amor” (Zito de Souza/Alexandre Alves), “Acorda meu povo” (João Cruz), “Alegria minha gente” e “A luz do saber” (as duas de autoria de João Lemos). Em comum com Tim Maia, a excelente qualidade no balanço e no instrumental das canções.
O Rei do Ritmo permaneceu ligado à doutrina até o final dos anos 70, quando foi, aos poucos, deixando de frequentar a comunidade sem, aparentemente, um motivo específico.

 

Polêmica com Flávio Cavalcanti

Em 1957, o apresentador e jornalista Flávio Cavalcanti comandava na TV Tupi o programa Um instante, Maestro!, onde um dos quadros consistia na quebra simbólica de um disco quando uma música era considerada ruim. Em um desses programas, Flávio avaliou a composição “Hotel do Zeferino”, de autoria de Rosil Cavalcanti, atribuindo sua gravação a Jackson do Pandeiro, seu colega nas Emissoras Associadas. No periódico Diário Carioca, onde possuía uma coluna, Flávio Cavalcanti publicou a letra da música e escreveu as seguintes palavras sobre a composição:
“…isto aqui é uma coisa que se chama “Hotel do Zeferino”, que o sr. Jackson do Pandeiro, das Associadas, gravou em discos Copacabana (…) É preciso rasgar coisas assim. Em nome da música popular brasileira. É preciso rasgar partituras que contenham letras assim. E nesse papel rasgado, e nesse disco quebrado, fica uma desforra da boa, da incomparável música brasileira.”
O problema é que Jackson do Pandeiro não havia gravado a canção, embora realmente tenha recebido a letra junto com outra dezena de canções enviadas por Rosil Cavalcanti. Era costume do compositor enviá-las ao amigo sempre que compunha. As composições foram, então, encaminhadas à Copacabana para que providenciassem a liberação, ganhando tempo com o processo. Uma funcionária da gravadora adiantou-se e liberou as letras para a revista “Modinhas Populares”, que publicou a composição como se já estivesse gravada por Jackson. O cantor paraibano, ao saber das críticas de Flávio Cavalcanti a sua pessoa por conta dessa música, defendeu-se no programa em que atuava pela própria TV Tupi, “Festa no Arraial”, com palavras pouco amistosas ao seu colega. A contenda resultou em uma suspensão de Jackson nas Associadas, culminando com o seu pedido de rescisão. “Fiquei frio de raiva e de vergonha, pois sempre me orgulhei de ter um repertório limpo e faço questão disso principalmente: manter meu repertório limpo e elevado. Em vista disso, e como a Tupi não tomava qualquer providência para salvaguardar meu nome, pedi a rescisão de nosso contrato (junto com Almira) com as Associadas”, declarou Jackson.
Após o episódio, Flávio Cavalcanti reconheceu o erro, admitindo-o como um mal entendido e pedindo explicações ao diretor da “Modinhas Populares” sobre os critérios utilizados para a publicação de uma canção naquela revista. Eis a letra de “Hotel do Zeferino” (Rosil Cavalcanti):

O hotel do Zeferino
Não há cristão que aguente
Tudo é fraco tudo é frio
Só a mulher dele é quente

O freguês pede um filé
Só vem carne de pescoço
E se pede feijoada
Ninguém gosta, ninguém quer
A comida é ruim demais
De bom só tem a mulher
Zeferino sabe tudo, bota a mulher pra servir
Se a turma dá gorjeta, Zeferino só faz rir
O hotel faz bom negócio, e o lucro tá na vista
Só porque a mulher dele é bonita e vigarista

 

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Jackson do Pandeiro “atravessado na garganta” com Flávio Cavalcanti. Foto: Revista do Rádio, 1957, ed. 00413.

 

Discografia

Ao longo de sua carreira, Jackson do Pandeiro gravou mais de 430 canções, contidas em 29 Lps de carreira e centenas de outros discos, entre compactos e coletâneas diversas. Ainda não se pode chegar a número exato de gravações em razão de haver registros impressos de canções atribuídas a Jackson cujos áudios não foram localizados. Além disso, não há uma homogeneidade nos critérios adotados entre os pesquisadores para se incluir uma gravação na lista. Inaldo Medeiros, autor do livro “A musicalidade de Jackson do Pandeiro” (Editora IGP, 2011), que tem como foco a discografia do artista, optou por deixar de fora da relação das músicas a canção Tarima (Nivaldo Lima/José Gomes) apenas porque a primeira voz é executada por Almira Castilho. Da mesma forma, a música Chico Bendengó (Ayres Viana/Uzias Da Silva/Alventino Cavalcanti). Há que se destacar ainda que Jackson do Pandeiro também cantou em discos de outros artistas, como Abdias, quando fez a voz principal de “Forró do Regatão” (Araponga do Rojão/Antônio Bispo) no LP “Forroriando”, de 1973. Outro aspecto a se considerar é em relação aos registros de canções executadas por ele em vídeo, como filmes ou programas televisivos, sem a respectiva gravação em disco.
Após grande período de descaso do mercado fonográfico, boa parte do acervo jacksoniano foi relançado em cd, principalmente através do box “Jackson do Pandeiro – O Rei do Ritmo”, produzido por Rodrigo Faour e lançado em 2016 com 235 faixas do artista em ótima qualidade sonora. Por questões de direitos autorais, porém, apenas 2 álbuns foram reeditados na íntegra nessa caixa: “Aqui tô eu” (1970) e “Isso é que é forró” (1981). Outro box disponível é o “Jackson do Pandeiro – Anos 60”, que trouxe para o cd 3 lps completos (“O cabra da peste”, de 1966, “A braza do Norte” – brasa grafada com “z” mesmo, de 1967, e “É sucesso”, de 1968), além de uma coletânea com raridades. O problema dessa caixa está na baixa qualidade do áudio da maioria das canções. Outros lps de Jackson que possuem edição em cd são “Forró do Jackson” (1958), “Jackson do Pandeiro” (1959) e a coletânea “Sua Majestade o Rei do Ritmo” (1960). O restante são seleções organizadas e lançadas após seu falecimento. A maior lacuna em compact-disc se refere aos álbuns gravados na década de 70.
Praticamente tudo da obra de Jackson que foi disponibilizado em cds também está disponível em plataformas de streaming, como Deezer, Spotify, Apple Music etc.

 

Bibliografia sobre o Rei do Ritmo

Ao se falar em obras escritas sobre Jackson do Pandeiro, a primeira memória remete, claro, à principal delas: a biografia “Jackson do Pandeiro – O Rei do Ritmo”, escrita pelos jornalistas Fernando Moura e Antônio Vicente e lançada pela Editora 34 em 2001. Fruto de um trabalho de aproximadamente 10 anos de pesquisas, a obra disseca, com uma narrativa brilhante, a vida do artista paraibano desde sua infância em Alagoa Grande até o falecimento em Brasília, no ano de 1982. Além disso, em tempos onde as fontes de pesquisa sobre Jackson na internet ainda eram escassas, apresentou uma discografia quase que completa do músico, que serviu de base para que outros pesquisadores pudessem se debruçar e aprofundar seus estudos sobre o legado fonográfico do renomado pandeirista. Enfim, é leitura obrigatória não somente para quem busca saber um pouco mais sobre a vida e obra de Jackson do Pandeiro, mas também para todos que apreciam a boa música brasileira.

 


Livro “Jackson do Pandeiro – O Rei do Ritmo”

 

Além da biografia citada, Fernando Moura foi o responsável, no ano 2000, pelo texto e edição do suplemento de nº 32 da série “Paraíba – Nomes do Século”, da Editora A União, que teve como tema o Rei do Ritmo. Jackson do Pandeiro também foi o personagem de outras duas obras:
– “A musicalidade de Jackson do Pandeiro”: de autoria de Inaldo Soares, foi lançado pela editora IGP no ano de 2011. O livro tem como foco a discografia de Jackson, elencando, em ordens cronológica e alfabética, os discos e canções gravados pelo músico paraibano.
– “Jackson do Pandeiro em quadrinhos”: com roteiro de Fernando Moura e ilustrações de Megaron Xavier, faz parte do vol. 9 da série Primeiras Leituras, da Patmos Editora. Lançada em 2016, a publicação é voltada principalmente ao público infanto-juvenil, narrando, de forma didática e ilustrada, a trajetória de Jackson do Pandeiro.
Tema constante de obras da literatura de cordel, Jackson também foi abordado academicamente, servindo, por exemplo, como tese para o Doutorado em Música de Cláudio Henrique Altieri de Campos, pela UNESP, em 2017, e como dissertação para o Mestrado em História de Manuela Fonseca Ramos, pela UFPB, em 2012.
Os livros a seguir são exemplos de algumas publicações que não têm como abordagem central o paraibano de Alagoa Grande, mas possuem capítulos ou partes dedicados a ele:
– “A canção no tempo – 85 anos de músicas brasileiras – volume 1: 1901-1957 (Severiano, Jairo; Mello; Zuza Homem De. Editora 34, 1997);
– “A canção no tempo – 85 anos de músicas brasileiras – volume 2: 1958-1985 (Severiano, Jairo; Mello; Zuza Homem De. Editora 34, 1998);
– “Os 100 melhores CDs da MPB (Domingues, André. Sá Editora, 2004);
– “Forró de cabo a rabo” (Anísio, Ricardo. Editora Bagaço, 2012);
– “O fole roncou: uma história do forró” (Marcelo, Carlos; Rodrigues, Rosualdo. Zahar, 2013);
– “101 canções que tocaram o Brasil” (Motta, Nelson. Estação Brasil, 2016).

 

Homenagens em discos e canções

O maior legado de Jackson do Pandeiro, além de seus discos e gravações, claro, foi a influência que exerceu e ainda exerce sobre os artistas de diversos gêneros da música brasileira. A divisão vocal, o ritmo, a desenvoltura e personalidade com que passeava pelos mais variados estilos da nossa música serviram de espelho e inspiração para inúmeros músicos.
Nomes como Jacinto Silva, Gilberto Gil, Chico Buarque, Genival Lacerda, Alceu Valença, João Bosco, Jarbas Mariz, Zé Ramalho, Elba Ramalho, Gal Costa, Silvério Pessoa, Biliu de Campina, Tom Zé, Fuba de Taperoá declararam publicamente sua admiração pelo Rei do Ritmo e buscaram incorporar em suas discografias elementos característicos do cantor paraibano. Até mesmo artistas de outros gêneros, como Marcos Valle, representante da bossa nova, e a turma da Nação Zumbi e Herbert Viana, nomes do rock nacional, também reverenciaram Jackson. O cd “Jackson do Pandeiro revisto e sampleado”, que trouxe regravações por nomes O Rappa, Gabriel O Pensador, Fernanda Abreu e The Funk Fuckers, é um exemplo clássico disso. Tamanha exaltação resultou em diversos discos e canções gravados em homenagem a Jackson do Pandeiro ao longo dos anos.
Para este 2019, quando se comemora o centenário de nascimento de Jackson, esperava-se a gravação de vários álbuns em sua homenagem, porém, até o mês de julho, não se teve notícia de nenhum lançamento importante. É verdade que os lançamentos fonográficos atuais não dão mais aos músicos o mesmo retorno financeiro de outras épocas, em razão das mudanças nos modos de consumo musical, porém, o principal motivo da falta desses tributos só pode ser um: cantar igual ou próximo ao Rei do Ritmo não é para qualquer um!

A seguir, alguns discos já lançados em anos anteriores em tributo a Jackson do Pandeiro ou explorando seu repertório:

– “Tributo a Jackson e Rosil”, de Biliu de Campina (1989);
– “Forró que não acaba mais – Tributo a Luiz Gonzaga & Jackson do Pandeiro”, Banda Umbuzada (1994);
– “Revivendo Jackson do Pandeiro”, de Fuba de Taperoá (1995);
– “Mastruz com Leite no forró do Jackson do Pandeiro”, com Mastruz com Leite (1996);
– “Marcos Farias interpreta Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Jackson do Pandeiro”, de Marcos Farias (1998).
– “Tributo a Jackson do Pandeiro”, de Genival Lacerda (1998);
– “Jackson do Pandeiro revisto e sampleado”, coletânea com vários artistas (1998);
– “Carmélia Alves abraça Jackson do Pandeiro e Gordurinha”, de Carmélia Alves (1999)
– “Forró do gogó ao mocotó”, por Jarbas Mariz (2000);
– “Techno Roots”, por Marco Bosco (2001);
– “Revivendo Jackson do Pandeiro”, de Kojak do Forró (2003);
– “Homenagem a Jackson do Pandeiro”, coletânea com vários artistas ao vivo no Canto da Ema (2003);
– “Batidas urbanas – Projeto Micróbio do Frevo”, de Silvério Pessoa (2005);
– “Forró pras crianças”, coletânea com vários artistas (2006);
– “Ceguêra no samba”, de Ceguêra de nó (2007);
– “Revivendo Jackson do Pandeiro”, com Alberto Jackson (2008);
– “Jackson, pra você tiro o chapéu!”, por Arlindo Moita (2010);
– “Tributo a Jackson do Pandeiro – Ao vivo!”, de Nandinho do Pandeiro (2010);
– “Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro”, de Zé Ramalho (2010);
– “Quinteto Violado canta Adoniran Barbosa & Jackson do Pandeiro”, de Quinteto Violado (2010);
– “Cabeça feita – Silvério Pessoa canta Jackson do Pandeiro”, por Silvério Pessoa (2015);

Abaixo, algumas canções compostas e gravadas em homenagem a Jackson:

– “A imagem do Rei” (João Correia/Haroldo Francisco/Kavaliere), por Kojak do Forró (cd “Catitu fora da manada é comida de onça”);
– “Assim diria Jackson do Pandeiro” (Antônio José), por Antônio José (cd “Assim diria Jackson do Pandeiro, 2008);
– “Bate um balaio ou Rockson do Pandeiro” (João Bosco), por João Bosco (LP Gagabirô, 1984);
– “Canário da Borborema” (Bráulio de Castro/Carlos Magno), por Petrúcio Amorim (cd “Fim de tarde”, 1998) e Bráulio de Castro (coletânea “Pernambucaneando”, 2019);
– “De pandeiro na mão” (Aracílio Araújo), por Aracílio Araújo (cd “Forró sem fronteiras vol. 5”) e Silveirinha (cd “Tocando e Cantando”);
– “Homenagem a Jackson do Pandeiro” (Dominguinhos), por Dominguinhos (lp “Apôs tá certo, 1979);
– “Influência de Jackson” (Guinga/Aldir Blanc), por Leila Pinheiro (cd “Na ponta da língua”, 1998), Marcus Tardelli (cd “Unha e carne”, 2006) e Khrystal (cd “Coisa de preto, 2007);
– “Jack Som” (Marco Bosco/Marcelo Dino/Jackson do Pandeiro), por Marco Bosco (cd “Techno Roots, 2001);
– “Jack Soul Brasileiro” (Lenine), por Lenine (cd “Na Pressão”, 1999) e Fernanda Abreu c/ participação de Lenine (cd “Raio X”, 1997);
– “Jackson no forró” (Severo), por Severo (cd “Severo e Teresa Rios – No forró eu e ela”, 1986);
– “Jackson, o Rei do Pandeiro” (João Biano), por Banda de Pífanos de Caruaru (cd “No século XXI, no Pátio do Forró”, 2003).
– “Memória de um pandeiro” (Arimatéia Pyauí), por Arimatéia Pyauí (coletânea Forró Fest 10 anos);
– “Para Jackson e Almira” (Guinga/Simone Guimarães), por Guinga (cd “Noturno Copacabana, 2003)
– “Pro Jackson do Pandeiro” (Cléber Almeida), por Trio Macaíba (cd “Na trilha do pé de serra”, 2013);
– “Saudades do Jackson do Pandeiro” (Bedeu/Luis Vagner), por Bedeu (lp/cd “Iluminado”, 1993), Oswaldinho (cd “Lição de casa”, 2009), entre outros.
– “Tributo a Jackson do Pandeiro” (Fernando Sanxo/Sebastião Batista), por Manhoso (lp “Camelódromo, 1985);
– “Tributo a Jackson do Pandeiro” (Ailton Almeida da Silva/João Jailso Teixeira), por Trio Juazeiro (LP “A volta do Trio Juazeiro, 1993);
– “Tributo a Jackson do Pandeiro” (Biliu de Campina/Assis do Cavaco), por Biliu de Campina (LP “Tributo a Jackson e Rosil”, 1989) e Fuba de Taperoá (cd “Revivendo Jackson do Pandeiro”, 1995);
– “Tributo a Jackson do Pandeiro” (Olinto Potiguar), por Olinto Potiguar (cd “O povo quer forró”, 1996);
– “Viva Jackson do Pandeiro” (Hermeto Pascoal), por Hermeto Pascoal (cd “Eu e eles”, 1999).

 

Fontes consultadas:

Moura, Fernando; Vicente, Antônio. Jackson do Pandeiro – O Rei do Ritmo. Editora 34, 2001, 1ª edição.
Soares, Inaldo. A musicalidade de Jackson do Pandeiro. Editora IGP, 2011, 1ª edição.
Marcelo, Carlos; Rodrigues, Rosualdo. O fole roncou – Uma história do forró. Zahar, 2012, 1ª edição.
Arquivos da hemeroteca digital da Biblioteca Nacional relativos aos seguintes periódicos: Revista do Rádio, Radiolândia, Jornal do Brasil, Diário Carioca, Diário de Notícias, O Fluminense, O Jornal, Correio Brasiliense, Diário da Noite, Correio da Manhã.
dicionariompb.com.br
discosdobrasil.com.br
forroemvinil.com
immub.org
cinemateca.org.br

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CD – Caiana dos Crioulos – Ciranda, Coco-De-Roda e Outros Cantos

Colaboração do Lourenço Molla, de João Pessoa – PB

Caiana dos Crioulos é uma comunidade quilombola localizada na zona rural do município de Alagoa Grande, estado brasileiro da Paraíba.

O coco de roda, dançado por cirandeiras, ainda é uma relevante manifestação cultural do lugar.

Todas as cantigas são parte do cancioneiro tradicional de Caiana dos Crioulos.

 Caiana dos Crioulos – Ciranda, Coco-De-Roda e Outros Cantos
2003

01 Rosa, Roseira; Tomar Banho; Xô Lavandeira; A Dona Da Casa
02 Pisei Na Pedra; Chuva Chovendo; Piaba
03 A Lavandeira; Morena Jardineira
04 Eu VI Cantar O Sabiá
05 Passarinho Na Lagoa; Chuva Chovendo
06 Pífanos
07 Fala De Seu Zuza E Pífano
08 Oh! Papai (Instrumental)
09 Meu Relógio De Parede; Velho Cirandeiro
10 Avião Da Viúva; Arrocha O Bumba; O Meu Baião.
11 Rosa; Lourinha
12 Bendito De Nossa Senhora Da Conceição
13 O Retrato De Creuza; Chorei; Oh, Dendê
14 Lê, Lê Ô Cauã; Oh, Papai
15 Bendito De São José
16 Viva São José
17 Corresse Nego; Oh, Menina Bonita; O Galo Cantou; Um Coco Novo
18 Açucena; Rapaz Solteiro; Carrapichina; Estrela D´alva
19 Caninana, Adeus
20 Adeus.

Para baixar esse disco, clique aqui.

Se estiver com dificuldade para baixar e descompactar os arquivos, tire suas dúvidas em nosso manual “passo a passo”, clique aqui.

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CD – Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto – Coleção Memória do Povo Cearense – Volume I

Colaboração do Lourenço Molla, de João Pessoa – PB

“Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto é um grupo folclórico e musical da cidade do Crato, interior do Ceará.

A denominação cabaçal decorre do fato que antigamente os tambores eram confeccionados de pele de bode estirada sobre cabaças. Outra versão diz que o nome vem um ritual dos índios Cariris, onde tocavam pifanos e queimavam Jurema-preta nas cabaças.

O grupo foi fundado no século XIX por José Lourenço da Silva, mais conhecido como Aniceto. Os descendentes de Aniceto mantêm a banda na ativa até hoje”

 Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto – Coleção Memória do Povo Cearense – Volume I
2001 – Cariri Discos

01 Marcha De Chegada
02 Galope
03 Baião Trancelim
04 Alvorada Cabloca
05 O Cachorro, O Caçador E A Onça
06 A Coruja Caboré
07 O Casamento Da Acuá Com O Gaviâo
08 Forró Do Mestre Antônio
09 Pipoca
10 Bendito De Sâo José
11 A Briga De Galo
12 Marcha Rebatida
13 Choro Esquenta Muié
14 Baiâo Velho
15 Baiâo De Bode
16 Forró Pesado
17 Baiâo Pescador
18 Dobrado
19 Hino Do Crato
20 Marcha Saideira I
21 Liá
22 Marcha Saideira II
23 Ô Ana Pra Quê Tu Chora_
24 Marcha Saideira III

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CD – Collectif du pife – Collectif du pife

Colaboração do Carlos Valverde, de Toulouse, França.

“O Coletivo do Pife vem para celebrar o encontro, ele celebra uma tradição ancestral que através de uma flauta de bambu conecta mundos e pessoas.

Essa Flauta chamada pífano foi responsável pela maioria das alegrias da minha vida, através da sua fabricação, transmissão e sua música, pude formar uma grande família, uma família de amigos, que se iniciou no final dos anos 90 em Campinas São Paulo, com o inicio do grupo de pífanos Flautins Matuá. Em seguida em 2007 fui morar no norte da França e levei no Bolso a semente do pífano.

Foi assim que esse instrumento atravessou o oceano e essa família cresceu ainda mais com o surgimento do grupo Maracaju em Amiens. Mais tarde em 2012 quando dava aulas no conservatório Occitan – COMDT, novos membros integraram esta grande família com o surgimento do grupo ‘La Pifada’ em Toulouse no sul da França.

Durante estes anos, todos o encontro com mestres desta tradição nos dava cada vez mais força para continuar trilhando este lindo caminho. Tivemos a oportunidade de reunir algumas vezes, tanto no Brasil como na França os três grupos em um só, e foi assim que surgiu o ‘Coletivo do pife’.

Este disco vem para registrar essa união. repleto de composições inéditas ele conta com a participação dos nossos queridos mestres João do Pífano e Marcos do pífano que sempre nos transmitiram com tamanha generosidade o que sabem fazer de melhor, nos fornecendo a base que possibilita a perpetuação desta tradição. Ele conta também com a contribuição do Mestre Heleno dos 8 baixos, mestre João Ba e do Mestre Letho Nascimento nos mostra que as tradições estão conectadas e que caminhamos sempre na mesma direção.
O pife não vai acabar!

Viva o Pífano, Viva a cultura popular do Brasil e do Mundo!” (Carlos Valverde)

 Collectif du pife – Collectif du pife
2019

01 Coco blues (Carlos Valverde)
02 Carrilheira (João Arruda – Musica incidental: Piedade, de Levi Ramiro – Júlio Santin)
03 Saudade do verão (Lucas Notaro – Romain Frécenon)
04 Ciranda do mestre (João do Pife)
05 Flor do futuro (Lucas Notaro – Marcos do Pífano)
06 Dois poetas improvisando (João do Pife – Carlos Valverde)
07 Chegou o povo (Romain Magnes)
08 Qaraqosh (João Arruda – Musica incidental: Tucano Macumba, de Iago Tojal)
09 Coração do vale (João Ba – Fernando Guimarães)
10 Maracatu do Roque (Letho Nascimento – Roque Neto)
11 Dilema (Nathalie Gatignol)
12 La pifada (Ponto de Jurema – D. P. – adaptação: Carlos Valverde)
13 Quadrilha francesa (Moisés Barbosa – Heleno dos 8 Baixos)
14 Valsa de venha (Marcos do Pífano)
15 Atitlan (Anne Pannet)
16 Pife na França (Marcos do Pífano – João do Pife – Carlos Valverde)
17 Sonhando com você (João do Pife)

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