Cap21 – Influências do Forró na música contemporânea – Livro – O que é o Forró? (2022)

Internacionalmente, 1950 foi a década do Baião, influenciou na formação de músicos pelo mundo afora e gerou inúmeras gravações, desde reproduções tradicionais, imitações, híbridos e versões em diferentes idiomas, com cada local e intérprete.
Já consolidado nas grandes capitais e na mídia brasileira, ganhou espaço em todos os continentes e diversificou ainda mais o seu público ao conquistar as grandes telas de cinema.

Na Itália, a atriz Silvana Mangano cantou o “Baião de Ana” no filme “Arroz amargo”, em 1949. Nos Estados Unidos, em 1950, Carmem Miranda cantou uma versão em inglês de “Baião” no filme “Nancy goes to Rio”, intitulada “Ca-room pa pa”. E na França, no Festival de Cannes, em 1953, o filme “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, recebeu uma menção especial à sua trilha sonora.
No Brasil, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, participou do filme “Hoje o galo sou eu”, em 1958, cantando a música “Olha a pisada”. E no ano seguinte, em 1959, Jackson do Pandeiro cantou a música “Baião” no filme “Cala a boca Etelvina.
Tocado em todo o mundo, o Baião “Delicado”, de Valdir Azevedo, ficou muito famoso, recebeu diferentes arranjos e foi regravado diversas vezes. Um outro exemplo icônico é a cantora japonesa Keiko Ikuta que em 1956 gravou, em 78 RPM, versões em japonês das músicas “Paraíba” e “Baião de dois”.

Os produtores fonográficos norte-americanos também estavam atentos ao Baião, absorvendo suas influências em composições novas no idioma local, como a música “Save the last dance for me”, gravada em 1960 pelo conjunto vocal The Drifters.
O principal difusor do Forró no exterior foi o genial sanfoneiro Sivuca. Em 1959 ele foi morar na Europa, de onde viajou para o mundo durante cerca de 20 anos, tocando, gravando, ensinando e influenciando musicalmente por onde passou.

Uma lenda que circula dentre os músicos é que em meados da década de 1960 as ondas de rádio do norte do Brasil levaram a nossa música até a Jamaica. Bob Marley ouviu o som dos Xotes de Gonzagão e do Trio Nordestino e se deixou influenciar, transformando para sempre a sua música.

No Brasil, o Rock’n’roll viria a dominar o mercado no decorrer da década de 1960, o Baião aos poucos perdeu espaço na mídia e saiu de moda nas grandes cidades. Mas continua, firme e forte, através das gerações, tocando junto com os gêneros cultivados nos Forrós.

Por conta dessa transmissão orgânica de conhecimento, das migrações domésticas e da miscigenação do povo, muitos dos ritmos que compõem o Forró desfrutam de respeito e carinho por parte de muitos artistas, enraizados no subconsciente coletivo de todo brasileiro. Ícones de diferentes segmentos musicais, em algum momento de suas carreiras, reverenciaram o Forró em suas gravações.

Parte do livro: O que é o Forró? Um pequeno apanhado da história do Forró./ Ivan Dias e Sandrinho Dupan. 2022 ISBN978-65-997133-0-9
Projeto contemplado pela 2a Edição do Fomento ao Forró, da “Secretaria Municipal de Cultura” da cidade de São Paulo.

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