Cap08.06 – Arrastapé – Livro – O que é o Forró? (2022)

Mais um ritmo que tem a Polca como ancestral, com influências do Lundu e dos Dobrados e Marchas Militares. O ritmo foi batizado com um nome que já estava presente no vocabulário coletivo, pois Arrastapé era sinônimo popular dos Forrós, o que já associou uma bagagem positiva ao nome. É também frequentemente denominado como Marcha ou Marchinha Juninha.

Nas Festas Juninas, a Quadrilha é dançada ao som do Arrastapé. A origem das festas é curiosa, pois também vem da fusão de costumes, crenças nativas e dos colonizadores.

Ancestralmente, em diferentes países do hemisfério norte, muitos povos acendiam grandes fogueiras e faziam cultos à vida e à fertilidade, pedindo boa colheita. Essas festividades aconteciam durante o solstício de verão, o dia mais longo do ano, que costuma ocorrer próximo ao dia 20 junho. Concomitantemente, os povos originários brasileiros faziam festas anuais em comemoração à boa colheita, com cantorias, música, fogueira, dança e muita comida.

Triângulo Arrastapé:

Zabumba Arrastapé:

Na Europa, a igreja, percebendo que não conseguiria mudar radicalmente os costumes pagãos, cristianizou aqueles rituais, associando as festas pagãs do solstício ao santo “junino” João Batista.

Essa adaptação funcionou também no Brasil, fazendo com que o caráter religioso e os costumes indígenas se fundissem. As festas celebram os santos católicos Antônio, João e Pedro, e oferecem comidas indígenas típicas feitas a partir do milho, como curau, pamonha e cuscuz, por exemplo.

O nome Quadrilha vem de “Quadrille”, uma dança francesa que foi muito difundida pela aristocracia e burguesia francesas do século 18. Originalmente a dança era praticada por quatro casais, em sequências de movimentos coreografados, enquanto dois casais dançavam, os outros dois esperavam lateralmente, e por alguns momentos os quatro casais dançavam ao mesmo tempo, numa formação quadrangular, formando a Quadrilha.

No Brasil, Quadrilha é apenas uma nomenclatura para uma evolução das Contradanças (ritmos ternários e binários), versão portuguesa das “Country-Dance” inglesas, praticadas nas festas da aristocracia do século 18. Com o tempo, a dança fundiu-se com as festividades populares juninas e passou a ser dançada por um grande número de casais, no compasso binário do Arrastapé.

A igreja formatou a temática da festividade e misturou elementos e figuras das danças indígenas, como Toré, Cururu, Cateretê e a Catira, entre outras, com as Contradanças, nas quais os pares formam círculos, filas e colunas, entre outras figuras, em movimentações e evoluções coreografadas.
Além das Festas Juninas, o Arrastapé também é tocado e dançado nos bailes de Forró e tem o passo básico mais simples de todas as danças de salão.

O passo básico do Arrastapé pode ser dividido em 4 movimentos: pé direito à frente, esquerdo à frente, direito para trás e esquerdo para trás. Sempre com a marcação de “um-um”. Direita, esquerda; direita, esquerda; direita, esquerda… Pode ser apenas marcado sem necessariamente deslocar-se do lugar, assim como pode receber giros e movimentos livres.

Parte do livro: O que é o Forró? Um pequeno apanhado da história do Forró./ Ivan Dias e Sandrinho Dupan. 2022 ISBN978-65-997133-0-9
Projeto contemplado pela 2a Edição do Fomento ao Forró, da “Secretaria Municipal de Cultura” da cidade de São Paulo.

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Se estiver com dificuldade para baixar e descompactar os arquivos, tire suas dúvidas em nosso manual “passo a passo”, clique aqui.

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