Cap08.02 – Samba – Livro – O que é o Forró? (2022)

No Brasil colonial, o nome Samba era utilizado para denominar o encontro musical e de dança do Calundu. Em Angola, “Kusamba”, significa “rezar” ou “celebrar”.

No Congo, Samba significa “Dançar a dança da divinação”. Hoje podemos observar semelhanças desses rituais no Jongo, onde as pessoas cantam, divertem-se, rimam, comunicam-se, batucam e dançam, eventualmente, até atingir a epifania.

Com o tempo, e já sem o caráter religioso, os Sambas passaram a ser chamados também de Forrobodós, Arrastapés e Pagodes.

De forma que a festa ancestral Samba e o ritmo Samba atual são coisas muito diferentes. Naturalmente, a musicalidade que ocorria nos Calundus do século 17 deu origem a toda a musicalidade brasileira.

Entretanto, a origem etimológica também encontra fundamento a partir da música e da dança ritual do Semba.

Em Angola, o Semba era um tipo de música e um tipo de dança de celebração, executadas em comemorações, como casamentos, nascimentos, pedidos de boa colheita e em cultos à Deusa das Águas.

As movimentações retratavam a vida de casado, por isso possuíam o viés sensual/erótico. Elementos dessa e de outras danças se misturavam e faziam parte da dança do Lundu, que era uma prática recreativa e social nos Sambas.

O Lundu reúne em si, anos e anos da musicalidade brasileira, coreografias e movimentações do Semba, misturados com elementos de diversas danças e músicas africanas da região do Congo e Angola, que eram levemente diferentes de tribo para tribo, de região para região, mas sempre similares na imparidade rítmica.

Zabumba Samba:

Em meados do século 19, em São Paulo e Rio de Janeiro, o Lundu, também denominado de Chorado, miscigenou-se com a Polca e, passando pelo Maxixe, evoluiu para o ritmo que conhecemos hoje como Samba.

Antes disso, as nomenclaturas Maxixe, Forrobodó e Chinfrim, eram sinônimos para o baile em habitações modestas, nas quais as pessoas lotavam as pequenas salas e ficavam apinhadas, assim como as sementes no fruto do Maxixe.

Simplificando ao máximo, podemos dizer que o ritmo Samba é filho do Lundu, que por sua vez é filho do Semba e dos Calundus.

Em diferentes estados brasileiros, recebeu variadas influências e em cada lugar adotaria múltiplos ‘sotaques’. Usar a palavra sotaque para essa definição é apenas uma metáfora, pois, ritmicamente o Samba é sempre Samba, com variações e diferentes andamentos.

Samba de Coco, de Roda, de Breque, Enredo, Samba-canção, Choro, Samba-rock, de Partido Alto, Sambalanço, Samba Matuto, de Gafieira, Bossa Nova, Pagode, Maxixe, Carioca, Paulista, Sambandido, entre outros.

Com o aparecimento de novos ritmos miscigenados que também se auto intitulavam Samba, as manifestações tradicionais com características do Lundu, como o Samba de Roda, assumiu a definição: ‘…de Roda’ para se diferenciar das derivações que passaram a surgir.

Parte do livro: O que é o Forró? Um pequeno apanhado da história do Forró./ Ivan Dias e Sandrinho Dupan. 2022 ISBN978-65-997133-0-9
Projeto contemplado pela 2a Edição do Fomento ao Forró, da “Secretaria Municipal de Cultura” da cidade de São Paulo.

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